“Necessário, somente o necessário. O extraordinário é demais”. É assim que o personagem Balu canta para Mogli, o menino lobo, no desenho da Disney. A gente sabe que na offseason de todos os esportes, torcedores de todos os times, dos mais badalados aos menos expressivos, esperam a contratação de um (ou vários) super astro. Aquele macho alfa que possa fazer a diferença, o cara que mete medo no adversário só de olhar nos olhos. Exato, aquele atleta que te faz gastar as economias comprando uma camisa do time.
O extraordinário
No Baseball não é diferente. Sobretudo numa temporada de free agents com caras como Bryce Harper, Manny Machado, Craig Kimbrel e Dallas Keuchel. Ou mesmo rumores de negociações envolvendo Madison Bumgarner, J.T. Realmuto e Corey Kluber. Que torcedor, dirigente ou companheiro de equipe não amaria ter um ou alguns desses caras para chamar de seu?
O necessário
Entretanto, sem desconsiderar o peso e relevância das estrelas, mas… e o necessário? Já vimos tantas vezes as zebras vencerem um time repleto de craques (não é, New Orleans Saints)! No futebol, Adriano gabiru foi o herói de um título mundial improvável do Inter sobre o Barcelona de Ronaldinho Gaúcho. Quem não se lembra do Mineiro marcando o gol do título mundial do São Paulo sobre o todo poderoso Liverpool! Os “Galácticos” do Real Madrid não tiveram o sucesso esperado. E o trio Sávio-Romário-Edmundo no Flamengo do centenário? São muitos os exemplos.
Da mesma maneira no Baseball já levaram vantagem sobre times multimilionários. Como não se lembrar dos Marlins campeões da World Series de 2003 sobre os Yankees? O então Florida Marlins tinha uma folha de pagamento de US$ 54 milhões contra US$ 164 do NY Yankees. Pelo time de Miami um jovem venezuelano promissor, Miguel Cabrera, de 20 anos brigava contra os Yankees de Derek Jeter, Mariano Rivera, Mike Mussina, Roger Clemens, Hideki Matsui entre outros.
Eu ouvi zebra?
E os Cardinals de 2006 que quase varreram os Tigers para serem campeões mundiais? St. Louis foi para aquela World Series tendo vencido parcos 83 jogos durante a temporada regular. Já os Tigers tinham um time cheio de ótimos arremessadores: Justin Verlander, Nate Robertson, Kenny Rogers e Joel Zumaya. Não que os Cardinals fossem um time fraco (Yadier Molina e Albert Pujols estavam lá). Mas os “favoritaços” eram os Tigers. A torcida de St. Louis, na comemoração daquele título, chegou a produzir um cartaz provocando os analistas que dizia: “Senhores analistas, Detroit em quantas?”.
Há outros vários exemplos de que “o necessário, somente o necessário” foi o suficiente para vencer: Reds 4-0 A’s, na World Series de 1990; Dodgers 4-1 A’s, em 1988. Os esportes, em todas as categorias e modalidades, são plenos de “necessários” que venceram. Buster Douglas precisou de apenas um soco necessário para derrubar Mike Tyson. E assim poderíamos seguir por mais centenas de exemplos.
Assim, caso o general manager do seu time não consiga trazer o Harper ou o Machado não proteste, não cuspa marimbondos. Talvez seu time precise apenas do necessário. O extraordinário poderá ser demais.