Este texto sobre Ryne Sandberg faz parte da série ‘Hall da Fama’ em que contamos a história de alguns de seus membros. Toda terça-feira uma estrela será apresentada.
Brooks Calbert Robinson Jr nasceu em 18 de maio de 1937, na cidade de Little Rock (Arkansas). Seu pai foi jogador de baseball de equipes semiprofissionais. Embora a influência do pai, no ensino médio Brooks impressionava em outro esporte.
Robinson se formou na Little Rock High School, em 1955, e chamou a atenção da Universidade de Arkansas, com sua habilidade no basquete, que lhe ofereceu uma bolsa integral. No entanto, com o exemplo do pai, Brooks Robinson queria seguir carreira no baseball.
Paul Richards, manager dos Orioles, recebeu uma carta de Lindsay Deal em que elogiava as habilidade de Brooks:
“Ele não é um demônio da velocidade e nem um cavalo de força. Mas tem muito poder, é experiente no baseball e está sempre tranquilo quando as coisas estão ruins”.
Em 1955, Brooks Robinson recebeu propostas de três franquias da MLB: Cincinnati Reds, New York Giants e Baltimore Orioles. Todas ofereceram o mesmo valor de contrato – $4 mil. Mas somente os O’s e os Reds garantiam vaga direto na MLB. A opção de Brooks por Baltimore foi somente porque o time havia mostrado mais interesse por ele e porque havia mais espaço para jovens jogadores mostrarem seus talentos.
O começo nos Orioles
Robinson começou sua carreira com o Baltimore Orioles – o único time pelo qual ele jogou – em 1955, e por 23 anos mesmerizou os fãs que tiveram o prazer de vê-lo atuar. Conhecido como “Human Vacuum Cleaner”, o “Aspirador de Pó Humano”, Brooks é, talvez, o maior defensor de todos os tempos do baseball. Frank Robinson, membro do Hall da Fama e estrela dos Reds, disse
“Ele foi o melhor defensor em qualquer posição. Eu costumava ficar no campo externo como um fã e observá-lo atuar jogo após jogo. Eu costumava pensar: ‘Nossa! Não acredito que ele fez essa defesa”.
Mas os primeiros movimentos em sua temporada de estreia foram no Vancouver Mounties, time de minor dos Orioles. No entanto, na reta final da temporada, em setembro, Brooks debutou na MLB contra o Washington Senators. No ano seguinte, ainda não totalmente pronto para as Majors, Robinson passou um tempo no time de Double-A de Baltimore, o San Antonio Missions. Embora uma lesão no joelho tenha causado apreensão quanto ao futuro de Brooks, logo ao fim da temporada das minors, aos 18 anos, ele foi promovido para os O’s e em 15 partidas mostrou muita capacidade defensiva, apesar de ter rebatido para apenas .227.
Mas foi na temporada de 1957 que Brooks Robinson se tornou o homem de terceira-base de Baltimore. E ele foi mentorado por ninguém menos que George Kell, membro do Hall da Fama. Mas novamente uma lesão no joelho afastou Brooks dos campos. Os meses de maio e junho foram de jogos pelos Missions, na AA. Na sua volta ele tomou de vez a posição de 3B. Entretanto, uma bolada no olho rendeu a Robinson 10 pontos e uma concussão. Mas, ainda assim, cinco dias depois ele já estava em campo novamente.
Dono da 3B
Mas as temporadas de 1958 e 1959 ainda foram de afirmação para Brooks Robinson. Mas a partir de 1960 ele se tornou definitivamente o dono da 3B do Baltimore Orioles. E foi nos anos 1960 que ele se transformou de vez na referência para a posição.
No total, Brooks Robinson foi 18 vezes um All-Star e vencedor de 16 Gold Glove Awards consecutivos. Além disso, ele ajudou a levar os Orioles a seis pós-temporadas, incluindo dois títulos de World Series. Na temporada de 1964, Robinson levou para casa as honras de MVP da American League, registrando a melhor temporada ofensiva de sua carreira, liderando a liga com 118 RBI. Em 1966, ele ganhou o prêmio de MVP do All-Star Game, apesar de o time da American League perder a partida.
Em 1970, ele foi nomeado MVP da World Series, rebatendo a .429 com dois home runs e seis corridas impulsionadas. Mas seus grandes momentos foram os diversos roubos de rebatidas dos jogadores do Cincinnati Reds na terceira base.
Brooks Robinson ajudou o O’s a avançar para a pós-temporada seis vezes, com o Baltimore vencendo quatro vezes a Liga Americana e duas World Series durante sua carreira. Em 39 jogos de playoffs na carreira, Robinson atingiu .303 com cinco home runs e 22 corridas impulsionadas.
Humildade e gentileza
Além de ser um dos maiores jogadores de baseball, Brooks também seria reconhecido por sua humildade e gentileza. Seu incrível legado em Baltimore não se originou apenas de sua capacidade esportiva demonstrada nos 23 anos de carreira com o time. No entanto, o que torna Robinson verdadeiramente amado é seu respeito e educação com todos que o conheceram – companheiros, fãs, jornalistas e adversários.
Brooks era (e ainda é) genuinamente generoso, cumprimentando a todos que encontra de maneira cortês e graciosa. O saudoso locutor dos Orioles, Chuck Thompson, dizia sobre esse lado humano de Brooks Robinson
“Quando os fãs pediam um autógrafo, ele atendia ao pedido enquanto conversava sobre a vida do fã, qual a idade, se tinha filhos, com o que o pai trabalhava e se ele gostava de cachorro”.
Robinson é tão querido que por conta dele várias crianças no estado de Maryland, onde fica Baltimore, passaram a ser batizadas de “Brooks”. E não apenas em Maryland. Pelo menos três jogadores da MLB – Brooks Kriske (NYY), Brooks Conrad (SD) e Brooks Pounders (SEA) – foram batizados em homenagem ao membro do Hall da Fama pelos Orioles, embora todos tenham nascido na costa oeste e anos após a aposentadoria de Robinson. Esse é o legado duradouro e de longo alcance de Brooks Robinson.
Aposentadoria e Hall da Fama
A aposentadoria de Robinson veio ao fim da temporada de 1977. Logo os Orioles retiraram seu #5. Ele liderou a American League, para a posição de 3B, em percentual de fielding (11 vezes) e em assistência (8 vezes). Foram 2.870 jogos na terceira base, o maior número entre jogadores da posição em todos os tempos.
Após a aposentadoria, Brooks continuou ativo no baseball. Ele atuou como locutor dos O’s. Além disso, ele foi presidente da Major League Baseball Players Alumni Association, e também se tornando co-proprietário de vários times de minor league. Aos 83 anos de idade ele ainda faz aparições públicas. Sempre educado, gentil e humilde.
A indicação para o Hall da Fama se deu em 1983.