Este texto sobre Frank Baker faz parte da série “Hall da Fama” em que contamos a história de alguns de seus membros. Toda terça-feira uma estrela será apresentada.
John Franklin Baker nasceu em Trappe (Maryland), no dia 13 de março de 1886. De origem britânica, sua família vivia do trabalho no campo já há seis gerações. Na cidade a diversão era ir aos jogos do time de baseball local. Dentro da família Baker havia um jogador que se destacava nas partidas dominicais de Trappe: Norman Baker, irmão mais velho de Frank. Norman chegou a fazer teste no Philadelphia A’s. Mas ele não gostou da cidade e deixou a carreira no esporte.
Frank Baker, durante o High School, foi um arremessador de destaque. Ele dividia seu tempo de estudante-jogador com o trabalho de atendente em açougues e quitandas de parentes. Em 1905 ele assinou com um time semiprofissional de Ridgely, também em Maryland. No entanto, Buck Herzog, manager da equipe, percebeu que Baker não seria um bom arremessador. Daí ele foi movido para o outfield. Mas Frank não se adaptou. Foi então que ele e o time encontraram sua posição perfeita e na qual ele se destacou por toda carreira: a terceira base.
A carreira de Frank explodiu. Primeiro, em 1906, ele assinou com o Sparrows Point Club, de Baltimore. Então, em 1907, Baker foi contratado por um time da Texas League. Mas pouco tempo depois o time encerrou suas atividade e Frank fechou com uma equipe independente de Cambridge (Maryland).
Das minors para os A’s
Enquanto jogava pelos Sparrows Baker foi observado por scouts do New York Giants. Por se destacar Frank conseguiu, em 1907, um teste no Baltimore Orioles (time de minors) que jogava a Eastern League. Mas nos cinco jogos que fez pelos Orioles Frank Baker conseguiu apenas duas rebatidas em 15 aparições e, por isso, acabou dispensado.
No entanto, há sempre um recomeço. Na temporada de 1908 Frank começou no Reading Pretzels, da Tri-State League. Lá, Baker floresceu. Em 119 jogos ele teve médias de .299, seis home runs, 65 corridas anotadas e 23 bases roubadas. Foi o suficiente para que o histórico manager do Philadelphia Athletics, Connie Mack, comprasse o contrato de Franck Baker, ainda em setembro de 1908.
Começava a história de sucesso de Home Run Baker na MLB.
Um apelido
Para os padrões atuais da MLB o apelido Home Run para Frank Baker parece soar estranho. Frank foi dono de 96 home runs durante sua carreira nas Majors, de 1908 a 1922. Só a título de comparação, Max Muncy, primeira base dos Dodgers, tem 106 em três temporadas. Mas na sua época, o baseball do início do século XX, Frank era o sinônimo de força no bastão. Quase 100 anos depois de receber seu apelido, Frank Baker segue como parte da tradição do esporte.
Já em sua segunda temporada com os A’s, Baker liderou toda a liga em rebatidas triplas (19), enquanto rebateu para .305 com 85 corridas impulsionadas. Mas os homes runs foram apenas quatro.
A temporada de 1910 viu o número de home runs de Baker cair à metade, apenas dois. Entretanto, ele rebateu para .409 durante a World Series vencida pelos A’s sobre os Cubs por 4-1. Durante a Série Mundial foram seis corridas anotadas e quatro impulsionadas. Mas os famosos home runs viriam em 1911.
Foram 11, a maior quantidade na American League (AL). Além disso, Frank impulsionou 115 corridas. Mas o destaque viria durante a World Series, novamente vencida pelos A’s, agora contra o NY Giants, em seis partidas. Frank Baker rebateu os home runs da vitória nos jogos 2 e 3 contra os futuros membros do Hall da Fama do Baseball Rube Marquard e Christy Mathewson, respectivamente. O home run contra Mathewson foi ainda mais lendário porque marcou a primeira derrota do ace dos Giants em World Series. Foi então que a imprensa cunhou o Home Run Baker.
A caminho dos Yankees
As temporadas de 1912 e 1913 veriam Baker liderar a American League em corridas impulsionadas. Além disso, Frank ajudaria o Philadelphia A’s a vencer o terceiro título de World Series em quatro temporadas. Em 1913, mais uma vez contra o New York Giants, agora em cinco jogos. Mas a temporada de 1914 seria marcada pela derrota dos A’s para o Boston Braves na World Series e pela venda de Frank Baker para o New York Yankees, motivada pela crise econômica que abalou todos EUA.
Mas Frank não queria jogar em um time que ficasse tão longe de sua casa no estado de Maryland. Por isso ele não foi jogar pelos Yankees e na temporada de 1915 Baker atuou por uma equipe semiprofissional.
No entanto, em 1916, Frank Baker e New York Yankees chegaram a um acordo. Pelas próximas quatro temporadas ele foi o terceira base do time do Bronx rebatendo oito home runs em média. Em 1920, por conta da morte de sua esposa, Frank Baker decretou sua aposentadoria. mas ele retornaria ainda aos Yankees pelas temporadas 1921 e 1922 até encerrar sua carreira definitivamente.
Hall da Fama
Durante 13 temporadas Frank Baker foi o que de mais potente a MLB do início dos 1900 viu em termos de potência no bastão. Seus números finais dão mostra da sua constância e força: .307 de média, 96 home runs e 103 rebatidas triplas. Embora nunca tenha sido eleito MVP, ele Frank ficou entre os 10 mais votados por três vezes: 1912, em sétimo; 1913, em quinto; e 1914, em terceiro.
Baker liderou a American League de 1911 a 1914 em home runs. Nas temporadas de 1912 e 1913 ele foi o que mais impulsionou corridas na AL. Frank está no Philadelphia Baseball Wall of Fame e no Athletics Hall of Fame.
Mas o reconhecimento maior veio em 1955, quando ele foi introduzido no Hall da Fama do Baseball, em Cooperstown.
Walter Johnson, histórico arremessador do Washington Senators (1907-1927), dizia que Baker era o rebatedor mais temido que ele já havia enfrentado. No livro The 100 Greatest Baseball Players of All Time Frank Baker está ranqueado como o 70º maior de todos os tempos e o 5º melhor terceira base.
Frank Baker morreu em 28 de junho de 1963. O estádio de baseball de sua cidade, Trappe, tem o nome de Baker em sua homenagem. Jake Daubert, primeira base dos Reds (1919-1924), disse sobre Frank Baker e seu poder no bastão,
“Frank Baker não parecia tão grande, mas tinha pulsos grandes”.
Home Run Baker, senhoras e senhores!