Hall da Fama: Jim Palmer

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Este texto sobre Jim Palmer faz parte da série ‘Hall da Fama’ em que contamos a história de alguns de seus membros. Toda terça-feira uma estrela será apresentada.

James Alvin Palmer, Jim Palmer, nasceu em Manhattan (NY), em 15 de outubro de 1945. A história de Palmer na MLB foi toda contada com o Baltimore Orioles, por onde ele jogou durante 19 anos. De 1965 a 1984, Jim Palmer teve apenas duas temporadas com mais derrotas que vitórias: 1974 (7-12) e 1981 (7-8). Mas seu percentual é de 63,8%. Ao fim de sua carreira foram 268 vitória e 152 derrotas. Além disso, por 10 temporadas ele sustentou um ERA abaixo de 3.00, com um ERA final de 2.68.

Jim jogou baseball pelo Beverly Hills Yankees, atuando como arremessador e outfielder. Mas sua família acabou se mudando para Scottsdale, Arizona. Jim era um multi atleta na Scottsdale High School. Ele jogava baseball, basquete e futebol americano. Jim Palmer foi premiado em cada um desses esportes.

Em 1963, após concluir o ensino médio, Palmer recebeu ofertas de bolsas de estudo integral de UCLA e da Arizona State University. Mas ele recusou todas e por sugestão de Bobby Winkles, técnico do time de baseball de Arizona State, Palmer foi jogar baseball na Basin League, para adquirir mais experiência. Lá, Jim Palmer se juntou ao Winner Pheasants.

Seu time avançou até as finais da liga e Palmer chamou a atenção do scout do Baltimore Orioles, Harry Dalton, enquanto arremessava o segundo jogo do campeonato. De acordo com Palmer, 13 times da MLB o recrutaram após o término da temporada. Mas Jim Russo (scout que também recrutou Dave McNally e Boog Powell) e Jim Wilson, dos Orioles, causaram uma boa impressão nos pais de Jim. Foi assim que Palmer assinou um contrato de US$ 50,000 com Baltimore.

Baltimore Orioles

Palmer fez sua estreia na MLB aos 19 anos, em 1965. Mas a primeira vitória veio no dia 19 de maio daquele ano em uma partida contra os Yankees, em que ele, além de arremessar, rebateu um home run. Jim Palmer terminaria essa temporada com recorde de 6-5. Mas ele ainda não era um arremessador da rotação dos O’s.

Em 1966, Palmer entrou na rotação inicial. Baltimore venceu a American League (AL), apoiado pelas grandes atuações do MVP e vencedor da Triple Crown, Frank Robinson. Palmer venceu o jogo final, contra o Kansas City Athletics, para conquistar o título da AL.

Jim Palmer.
A mecânica sui generis de Palmer.
Fonte: Camden Chat

No Jogo 2 daquela World Series, no Dodger Stadium, Jim se tornou o arremessador mais jovem (20 anos, 11 meses) a vencer com um jogo completo e um shutout, derrotando os campeões de 1965, os Dodgers, por 6-0. O azarão Baltimore Orioles varreu a série contra um Los Angeles que tinha jogadores como Sandy Koufax, Don Drysdale e Claude Osteen.

Mas esse shutout de Jim Palmer fez parte de um recorde em World Series de 33 entradas e 1⁄3 consecutivas sem ceder corridas por parte dos arremessadores dos Orioles. A última corrida dos Dodgers foi contra Moe Drabowsky, no terceiro inning do jogo 1. Jim Palmer, Wally Bunker e Dave McNally foram os arremessadores responsáveis por manter os Dodgers sem uma corrida sequer nos três jogos seguintes.

Os anos 1970

Mas se o impacto de Jim Palmer na rotação dos O’s, no fim dos anos 1960, foi gigantesco, o que os arremessadores de Baltimore fizeram em 1970 foi espetacular. Mike Cuellar (24-8), Dave McNally (24-9), Jim Palmer (20-10) garantiram 68 vitórias para os Orioles. Esse trio, em 1971, juntou-se Pat Dobson (20-8) para ser o segundo time na história da MLB a ter quatro arremessadores com pelo menos 20 vitórias em uma temporada. Cuellar foi 20-9, McNally 21-5 e Palmer 20-9.

Em 1973, com outra temporada de mais de 20 vitórias (22-9), Jim Palmer venceria o primeiro de três prêmio de Cy Young. Mas em 1974, por conta de uma contusão no braço, identificada já no Spring Training daquele ano, a temporada de Palmer foi de passagens pela injury list, muito repouso e muito tratamento com gelo. Embora uma cirurgia tivesse sido cogitada, as dores no seu braço diminuíram e na reta final daquela temporada Jim estaria de volta.

Mas a temporada de 1975 veria um Jim Palmer no auge novamente. Ele venceu 23 jogos, com 10 shutouts e registrou um ERA 2.09. Jim fez 25 jogos completos, anotou um save, e limitou os rebatedores adversários a uma média .216. Jim Palmer venceu seu segundo prêmio de Cy Young nessa temporada. Em 1976 (22–13, ERA de 2.51) ele repetiria o Cy Young. Esse foi, também, o ano do primeiro dos quatro prêmios de Luva de Ouro consecutivos que ele ganhou.

O ocaso de uma brilhante carreira

Os anos 1980 vão ver um Jim Palmer praguejado por uma série de pequenas contusões e por um caso crônico de fadiga no braço. É o ocaso de uma carreia brilhante. Mas que não seria menos brilhante que os anos no auge.

Palmer ainda seria mais uma vez campeão da World Series, em 1983. Nessa série, jogada contra os Phillies, ao vencer o jogo três Jim Palmer se tornou o primeiro arremessador a vencer World Series em três décadas diferentes (1960, 1970 e 1980).

Além disso, ele foi selecionado para seis All-Star Games. Palmer foi um excelente arremessador em pós-temporada. Foram seis World Series disputadas, registrando um recorde de 8-3 com um ERA de 2.61 em 17 jogos de playoffs. Entretanto, um arremessador do tamanho de Jim Palmer não poderia ficar sem um no-hitter na carreira. E ele aconteceu em 1969, contra o Oakland A’s. E mais, Jim nunca cedeu um Grand Slam.

Palmer terminou sua carreira com um recorde de 2.212 strikeouts. Um vencedor de 20 jogos por oito vezes, Palmer liderou a Liga Americana em entradas arremessadas por quatro vezes, vitórias três vezes e ERA duas vezes. Além disso, claro, seu número #22 está retirado pelos O’s.

Jim Palmer está entre os três maiores jogadores dos Orioles de todos os tempos. Sua indicação para o Hall da Fama aconteceu 1990. Ele conquistou mais um capítulo de sucesso em sua carreira com os O’s como locutor. Mas sua marca está cravada no montinho, como um dos melhores de uma das melhores equipes de todos os tempos. Assim, seu lugar em Cooperstown nunca esteve em dúvida.

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