Este texto sobre Stan Musial faz parte da série ‘Hall da Fama’ em que contamos a história de alguns de seus membros. Toda terça-feira uma estrela será apresentada.

Stanley Frank Musial nasceu em Donora (Pensilvânia), no dia 21 de novembro de 1920. Stan Musial, o Stan “The Man”, passou 22 anos na MLB, sempre com o St. Louis Cardinals. Mas seu caminho no baseball começou logo aos 15 anos, pelas mão de seu vizinho, Joe Barbao, ex-arremessador de minor league. Barbao viu o potencial do jovem Stan e o colocou no Donora Zincs, um time semiprofissional.

Entretanto, nesse time, Stan Musial jogava como arremessador e na sua estreia ele lançou por seis entradas, anotando 13 strikeouts, todos eles contra jogadores adultos. Musial também jogaria por uma temporada pelo Donora High School. Mas nesse time ele teve como companheiro um certo Buddy Griffey, pai de Ken Griffey e avô de Ken Griffey Jr.

Musial também jogava basquete e recebeu uma bolsa de estudos para atletismo nesse esporte na Pittsburgh University. Enquanto isso, o St. Louis Cardinals havia escolhido Musial como arremessador e, em 1937, ofereceu-lhe um contrato profissional após um treino contra um dos afiliados de minor league da franquia.

Embora o pai de Stan Musial não estivesse de acordo com o filho seguir a carreira como jogador de baseball, Stan, influenciado pela bibliotecária de sua escola, Helen Kloz, resolveu seguir seu conselho e optou pelo esporte no qual seria um dos maiores jogadores de todos os tempos.

A carreira nas minors

Musial começou a jogar como arremessador nas minors dos Cardinals, em 1938. Entretanto, quando jogava pelos Daytona Beach Islanders, ele acabou lesionando o ombro esquerdo e não pode seguir como arremessador. Foi então que Musial começou a jogar no outfield. Ali ele desfilou seu talento natural para a posição.

Depois de machucar o ombro, Musial temeu que seu tempo no baseball pudesse terminar. Mas quando ele se tornou um rebatedor, tudo mudou e sua carreira nas ligas menores decolou. Musial foi chamado para a MLB no final da temporada de 1941, depois de terminar a temporada nas minors com o Springfield Cardinals, onde ele rebateu para .379 em 87 jogos, com 26 home runs e 94 RBIs.

No St. Louis Cardinals

Em St. Louis, Stan Musial se tornou parte integrante de uma das mais tradicionais franquia da MLB. Musial ajudou a levar os Cardinals às vitórias na World Series em 1942 e 1944. Mas o tricampeonato ficou pelo caminho quando os Cards perderam a World Series de 1943 para o New York Yankees. No entanto, Musial e os Cardinals voltariam à World Series em 1946, no que para muitos ficou marcado pelo duelo entre Musial e Ted Williams, do Boston Red Sox. Os Cardinals venceram essa série, a última em que o Musial participaria como jogador.

Stan perdeu a temporada de 1945 porque foi convocado para o serviço militar durante os meses finais da Segunda Guerra Mundial. Ele ingressou na Marinha e permaneceu nos Estados Unidos durante seus quatorze meses no serviço. Em 1946, Musial foi dispensado com honra e voltou a St. Louis para jogar pelos Cardinals. Foi durante a temporada de 1946 que os fãs do Brooklyn Dodgers deram a Musial o famoso apelido de “Stan the Man“.

Em 1947, quando Jackie Robinson se tornou o primeiro afro-americano a jogar na MLB, muitos jogadores brancos ficaram insatisfeitos com isso. Robinson foi insultado por vários adversários. Musial, ao contrário de alguns de seus companheiros de equipe, mostrou um verdadeiro espírito esportivo e se absteve desses comportamentos estúpidos. Stan comentou mais tarde que “não teve problemas com a integração”, principalmente porque havia praticado esportes com afro-americanos nos tempos de High School.

O ocaso de uma brilhante carreira

Ao longo dos 22 anos de carreira, Musial disputou 24 jogos All-Star Games (um recorde compartilhado com Willie Mays e Hank Aaron) e foi por três vezes o MVP da National League. Ele também rebateu um total de 475 home runs. Musial alcançou a marca histórica de 3.000 rebatidas na carreira em 13 de maio de 1958, em um jogo contra o arquirrival Chicago Cubs.

Ele terminou sua carreira com 3.630 rebatidas, a maior na história da Liga Nacional até que Pete Rose, jogando pelos Phillies, o ultrapassou em 1981. Mas o mais impressionante dessa marca é que exatamente metade dos rebatidas de Musial aconteceram em casa e a outra metade em jogos como visitante.

Stan foi sete vezes campeão de rebatidas pela NL e duas vezes líder de corridas impulsionadas. Musial também integra o Time do Século da MLB. Além disso sua camisa #6 está retirada pelo St. Louis Cardinals.

Em 29 de setembro de 1963, Musial jogou a última partida de sua brilhante carreira contra o Cincinnati Reds, no mesmo dia em que sua camisa número #6 foi aposentada. Durante a cerimônia, o comissário da MLB, Ford Frick, disse:

“Aqui está o guerreiro perfeito do baseball. Aqui está o cavaleiro perfeito do baseball”.

Morte e legado

Stan Musial morreu de causas naturais em sua casa em St. Louis, no dia 19 de janeiro de 2013, aos 92 anos de idade, após lutar contra o mal de Alzheimer por vários anos.

Musial é lembrado como um atleta incrível e um ser humano ímpar. Profundamente admirado por sua gentileza, profissionalismo, espírito esportivo e dedicação ao esporte, Stan estabeleceu padrões de excelência para as gerações futuras, dentro e fora do baseball. Bob Costas, jornalista, resumiu melhor quando disse:

“Tudo o que o Musial representa é mais de duas décadas de excelência comprovada e decência completa como ser humano”.

O Hall da Fama e honrarias

Stan Musial recebeu muitas homenagens e prêmios por sua carreira com o St. Louis Cardinals. Mas o principal deles foi sua entrada no Hall da Fama, em 1969, no seu primeiro ano de elegibilidade e sua entrada na Calçada da Fama de St. Louis, em 1989. Um estádio de baseball também foi batizado em sua homenagem na sua cidade natal, Donora.

No ano 2000, um busto de bronze de Musial foi adicionado ao Hall of Famous Missourians, localizado no State Capitol Building, em Jefferson City. Em 15 de fevereiro de 2011, o presidente Barack Obama concedeu a Musial a Medalha Presidencial da Liberdade, a maior homenagem que um civil dos EUA pode receber.

Reverenciemos o atleta e o homem Stan Musial!