Este texto sobre Tom Seaver faz parte da série ‘Hall da Fama’ em que contamos a história de alguns de seus membros. Toda terça-feira uma estrela será apresentada.
Tom Seaver envergou a camisa #41 por todos os times em que jogou: New York Mets, por dois períodos, Cincinnati Reds, Chicago White Sox e Boston Red Sox.
Foram 311 vitórias e apenas 205 derrotas, nos 656 jogos em que ele atuou, 647 deles como starter. Seu brilho e sua memória estão refletidos no patch colado, com seu indefectível “41”, na camisa do time dos Mets na temporada 2021 da MLB.
George Thomas Seaver nasceu em Fresno, Califórnia, em 17 de novembro de 1944, e durante o Ensino Médio, na Fresno High School, embora tenha se destacado no time de basquete da escola, ele sonhava, de fato, em ser um jogador de baseball. Jogando sempre como arremessador, Seaver compensava sua pouca força com uma grande capacidade de localizar seus arremessos.
Durante um ano, de 1962 a 1963, Seaver esteve ligado aos U.S. Marine Corps Reserve e depois ele se matriculou na Fresno City College, embora tenha mantido um compromisso de oito anos como reservista. Mas logo a University of Southern California (USC) o recrutou. No entanto a universidade não estava segura se Tom Seaver merecia uma bolsa de estudos e o mandou, como teste, para jogar no Alasca, no Alaska Goldpanners, durante o verão de 1964.
Temporada estelar
Depois de uma temporada estelar, em que ele arremessou e venceu o jogo ao rebater um grand slam, durante um torneio nacional, a USC resolveu conceder a bolsa para Seaver. Em sua segunda temporada ele registrou um 10-2 pelos Trojans e despertou interesse dos times da MLB, tendo sido selecionado pelo Los Angeles Dodgers no draft de 1965. Mas quando Seaver pediu um contrato de US $ 70.000,00 os Dodgers o dispensaram.
Em 1966 ele foi selecionado pelo Atlanta Braves, mas um imbróglio entre a Major League Baseball, a USC e NCAA fizeram com que o Comissário da MLB, William Eckert, anulasse o contrato. O pior é que, por ter assinado um contrato profissional, mesmo depois tendo sido cancelado, a NCAA proibiu Seaver de terminar a temporada universitária.
Foi então que o pai de Tom Seaver entrou na discussão. Depois de argumentar com Eckert sobre a injustiça sofrida por seu filho, o Comissário da MLB estabeleceu que outros times poderiam igualar a proposta dos Braves. Três times se colocaram na disputa: New York Mets, Philadelphia Phillies e Cleveland Indians. Os Mets saíram vencedores na loteria. Começava a história de Seaver com a equipe do Queens.
Carreira profissional
Ainda em 1966, Seaver se juntou ao Jacksonville Suns, time de Triple-A dos Mets, na International League. Mas se o recorde de Tom não foi o mais impressionante (12-12), o ERA de 3.13 mostrava que havia um grande futuro naquele jovem arremessador.
Entre 1967 e 1977, Tom Seaver e New York Mets se tornariam sinônimos, tamanha a identificação do jogador com o time. E fica muito claro o porquê dessa simbiose. Seaver transformou uma equipe histórica perdedora em campeã.
Já na sua primeira temporada com os Mets, em 1967, ele se sagrou o Rookie of the Year da National League (NL). Uma campanha de 16-13, ERA de 2.76 e a primeira escolha como All-Star deixavam translúcido que o que viria pela frente seria ainda melhor. Seaver seria chamado outras 11 vezes para o All-Star Game (ASG). Mas o melhor ainda chegaria.
A única World Series
E ele veio na temporada de 1969, sete anos após a fundação dos Mets. Os patinhos feios se tornaram campeões da World Series. E, claro, liderados por Tom Seaver os Mets bateram os Orioles em cinco jogos. Embora tenha perdido o jogo 1 da série, na partida 4 Seaver mostrou toda sua excelência. Um jogo completo que fora até a décima entrada tendo permitido apenas 6 rebatidas, cedido uma corrida, dois walks e anotado seis strikeouts.
Seaver e os Mets tiveram a chance de vencerem outra World Series em 1973. Mas a batalha de sete jogos fora vencida pelo time do Oakland A’s. E no melhor estilo Jacob deGrom, Seaver também não contou com o apoio ofensivo nos jogos que arremessou naquela série.
Nas duas vezes em que foi para World Series Tom Seaver foi eleito o Cy Young da NL (1969 e 1973). Ele seria ainda eleito o Cy Young na temporada 1975. Seaver liderou a NL em vitórias nas temporadas 1969, 1975 e 1981 (pelos Reds). Além disso ele liderou a NL em ERA nas temporadas 1970, 1971 e 1973. Ninguém lançou mais strikeouts do que Tom Seaver, na Liga Nacional, durante as temporadas de 1970-1971, 1973 e 1975-1976.
O único no-hitter da carreira de Tom Seaver aconteceu em 1978, quando ele arremessava pelo Cincinnati Reds, na vitória sobre o S. Louis Cardinals por 4-0.
Reds, Mets (de novo) e os Meias Brancas e Vermelhas
Durante a temporada de 1977 Seaver foi para os Reds. Além do no-hitter (em 1978) pela franquia de Ohio, Seaver terminaria o ano com um recorde de 14-3. Além disso, ele ficaria em terceiro na corrida pelo prêmio de Cy Young. Na temporada seguinte, ele seria chamado para o ASG pela primeira vez como um jogador dos Reds. Em 1979 ele lideraria a NL em shutouts (5). Já na temporada de 1981 nenhum arremessador da MLB teria mais vitórias que Seaver (14). Foram apenas duas derrotas nesse ano, com um percentual de 87,5% de vitórias, além de um ERA de apenas 2.54.
Sua segunda passagem pelos Mets, em 1983, não deixou muitas coisas a serem registradas, exceto por um arremessador que já se encaminhava para o ocaso de sua carreira. De 1984 a 1986 Tom Seaver jogou pelo Chicago White Sox e registrou o último shutout de sua carreira. Foi numa partida contra os Indians, no dia 19 de julho de 1985.
Além disso, ele arremessou o 25º e o último inning de uma partida suspenso no dia anterior, vencendo, como reliever, os Brewers. E logo depois, no jogo inédito do dia, também contra Milwaukee, Seaver começaria e ficaria com a vitória na partida. Contra os Yankees, em pleno Yankee Stadium, Tom registrou a vitória 300 de sua carreira, com um jogo completo.
Na metade da temporada de 1986 Seaver foi trocado para os Red Sox. Por Boston ele arremessou sua última vitória na carreira, a 311, em 18 de agosto, contra os Twins. Uma lesão no joelho impediu que Seaver disputasse a World Series daquela temporada contra seu ex-time, os Mets. Mas não impediu que ele recebesse uma ovação da torcida dos Mets no jogo 1 disputado no Shea Stadium (antiga casa do New York Mets).
Hall da Fama
A camisa #41 de Seaver está retirada nos Mets. Pelo time de Nova York ele viveu seus melhores e maiores dias. Ao fim de sua carreira ele sustentou um WAR de 109.9 e um ERA de 2.86.
Em 1992 Tom Seaver foi indicado para o Hall da Fama do Baseball. Em 31 de agosto de 2020 Seaver deixava a vida.
Sparky Anderson, manager dos Reds, falou sobre o prazer que era ver os jogos em que Seaver atuava:
“Minha estratégia como manager era dar a bola para Tom Seaver, sentar e vê-lo arremessar”.