“A maior troca na história”, já podemos falar isso?

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30 de junho de 2017, “Report: Indiana Pacers trade Paul George to Oklahoma City Thunder”. Uow! Que notícia avassaladora, mas já esperada, leva na cara o torcedor de Indiana. Então, eis que vem o conteúdo da troca e todos os especialistas enchem a boca para falar “a pior troca da história”.

O time de Indiana perdia um All-Star, ou melhor, perdia um cara quatro vezes All-Star, para receber Victor Oladipo e Domantas Sabonis. O recém chegado general manager do Pacers, Kevin Pritchard, provavelmente foi dormir com a orelha quente e um letreiro de “burro” na sua testa.

Teve jogador falando que no leste teria uma vaga em aberto para os playoffs e também teve jogador pedindo para fazer um melhor balanceamento das duas conferências. Teve de tudo, como podem ver mais abaixo. Sendo assim, a minha pergunta é: o que esse pessoal diria hoje?

Primeira temporada

Na quinta-feira, com a notícia de que Domantas Sabonis entrou para o time de reservas do All-Star Game, dei um leve sorriso. A “piada”, três anos depois, finalmente estava pronta, você querendo aceitá-la ou não. Mas vamos começar lá em 2017 mesmo.

Com a troca, OKC desistiu de seu segundo maior pontuador na época, Oladipo (15,9 ppg) e também de um garoto de 21 anos, 11ª escolha do draft de 2016, Sabonis. Era uma decisão em busca do tudo ou nada, juntando dois baita jogadores, Russell Westbrook e Paul George.

Bom, não podemos dizer que a dupla não deu certo, mas também não podemos dizer que foi tudo aquilo que era esperado. PG e Westbrook, fizeram boa temporada e levaram o time aos playoffs, ponto a favor e que ainda fez PG renovar com Thunder e desistir, por hora, de Los Angeles.

Entretanto o que aconteceu por lá, também aconteceu em Indiana. Foi aos playoffs, colocou o jogador “trocado” no All-Star game e também saiu na primeira rodada dos playoffs. Enquanto o Thunder perdeu para o Jazz, Indiana fez frente a Lebron James.

Segunda temporada

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Então, em Indiana uma esperança foi renovada e Oladipo começou a criar um status de estrela. Na verdade, até mais do que isso, algo que Paul George não foi por lá, ser uma estrela e ser clutch! Como sei que alguns dirão que é clubismo, vamos aos números.

Na temporada passada, Oladipo liderou a NBA em pontos por jogo no clutch time, detalhe, sem ter jogado a temporada inteira. Ele também liderou na porcentagem de arremessos de três em momentos decisivos da partida. Foram 12 acertos em 20 tentativas de trás da linha dos três pontos.

Mais que isso, no ano passado enquanto Oladipo esteve em quadra, o net rating do time enquanto estava em momentos decisivos, foi de +34,8. A terceira maior marca da NBA no ano passado. Em Indiana, Oladipo voltou a ser o que foi em seus tempos de… Indiana (University).

Esses números também levaram ele para o seu segundo All-Star game. Entretanto, infelizmente não jogou, por causa da lesão, que o deixou afastado até essa última quarta-feira. Ainda sim, o time de Indiana, sem Oladipo, chegou novamente nos playoffs. No entanto, assim como o Thunder, também caiu no primeiro round e também foi varrido.

Terceira temporada

Eis que chega a temporada que estamos vivendo, 2019-2020. Paul George já não é mais do Thunder, pois foi trocado para o Clippers. O mesmo para Westbrook, que agora faz companhia para James Harden lá em Houston. 

Para o Pacers, infelizmente não existe Oladipo no quinteto titular. A lesão acabou deixando o cara de fora das quadras da NBA por um ano. Na última quarta-feira fez sua estréia, mas foi “bancário”. Mas mesmo assim, isso não é problema pra ele; 0 de 6 nas bolas de três e faltando 15 segundos, bola em sua mão, lá do meio da rua… BINGO, vamos para a prorrogação.

Enfim, Indiana não teve seu astro por mais metade da temporada e mesmo assim conseguiu 30 vitórias, assegurando a 5ª posição do leste. Mais do que isso, “apenas” três jogos atrás do segundo colocado. Muito disso, claramente, passa pela sua mais nova estrela: Domantas Sabonis.

O lituano, filho da lenda Arvydas Sabonis, tem uma temporada para lá de especial. Com médias de duplo duplo na temporada, ele é o segundo maior pontuador do time (18, contra 18,4 de T.J. Warren) e o maior reboteiro (12,8).

Saboninho (apelido carinhoso), também tem o maior net rating do quinteto titular (5,5). Só comprovando sua importância dentro de quadra. Se comparar com a temporada anterior, onde já existiu uma melhora significativa, esse ano ele está arrebentando.

Não a toa, virou um All-Star; o segundo lituano na história (o primeiro foi Zydrunas Ilgauskas, em 2003, jogando pelo Cavs). Aliás, pense assim, ser lembrado por uma galera que esqueceu de Bradley Beal e Devin Booker, significa que você realmente fez barulho.

Maior troca?

O time de Indiana perdeu Paul George, o maior nome do time, desde Reggie Miller. No entanto, será que ele será lembrado com o mesmo carinho que Reggie? Acredito que não e provavelmente o bastão seja passado de Reggie para Oladipo, ou sei lá, quem sabe Sabonis? 

Ou posso até estar enganado e um novo nome surja em Indiana, para ser um novo astro da NBA. Entendo e tudo bem isso, mas até um novo nome aparecer, o que foi piada pronta, hoje acaba sendo uma verdade: o Indiana Pacers trocou um All-Star, por dois.

Maior do que isso, o Pacers agora tem uma equipe, um elenco interessante e com muita gana. Um vestiário unido, com a intenção de ser gigante, tanto no leste, como na liga inteira. O trabalho que vem sendo desenvolvido, até é similar ao que o Colts vem fazendo na NFL.

E isso, queira você aceitar ou não, os números atuais dessa equipe não mentem. Não é objeto de discussão. No entanto, se quiser discutir que essa foi a maior troca da NBA, eu aceito, pois os números ainda são muito recentes.

A história dos dois “trocados” em Indiana, ainda é nova e não passou de um primeiro round de playoffs. Agora, se esse time conseguir voar mais alto, respondendo a expectativa da imprensa americana (que finalmente abriu os olhos para Indiana), talvez comece a ficar difícil defender o contrário.

Enquanto isso, o futuro parece lindo para o Pacers. Uma reformulação que até o momento tem feito a figura do general manager, Kevin Pritchard, de palhaço virar gênio.

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