Como contamos na coluna de terça-feira, a temporada de Summer League já começou, mas ontem o torneio de Vegas (NBA 2K24 Summer League) teve seu início para muitos jogadores. Logo no primeiro dia do torneio tivemos highlights para todos os lados e uma noite repleta de jogo interessante. A começar pelo duelo das duas primeiras escolhas do último Draft; Victor Wembanyama e Brandon Miller.
Mas por lá, o destaque não foi tão positivo. Wembanyama teve um jogo fraco ofensivamente (2 de 13 nos arremessos, 8 rebotes, 5 tocos, 3 assistências e cometeu 3 turnovers), amassando o aro e até errando uma enterrada muito fácil. Isso sem contar o pôster que Kai Jones meteu pra cima dele. Brandon Miller voltou a ter problemas com muitas faltas, mas terminou com um duplo-duplo de 16 pontos e 11 rebotes.
Charlotte perdeu, mas as vitórias importantes na Summer League, são os jovens evoluindo. Enfim, os verdadeiros destaques da noite passada foram outros, inclusive, um deles é dos Spurs e acabou ofuscando a noite de Wemba. Mas vamos começar com o mais impressionante da noite; Jabari Smith Jr. Selecionado no ano passado pelo Rockets e ainda decepcionando um pouco, na noite passada finalmente ele entregou muito!
Os destaques da rodada
Jabari deixou todos surpresos quando abriu a caixa de ferramentas e mostrou um conjunto muito talentoso delas. Arremessos precisos, muitas movimentações e bem sólido na defesa. A torcida de Houston já ficou animada com essa performance e espera ver muito mais. Jabari ainda meteu a cesta de 3 pontos do meio da rua que fez o Rockets vencer de virada o Portland Trail Blazers. Scoot Henderson saiu machucado desse jogo, mas ainda não sabemos a gravidade.
Outro destaque da noite foi Sharife Cooper. O armador que passou um tempo com o Hawks, incendiou a quadra com um jogo explosivo, dinâmico e muito talentoso. Ele liderou o Cavaliers do começou ao fim, registrou 27 pontos, 3 rebotes, 1 assistência e 2 tocos, garantindo a vitória pra cima do Brooklyn Nets. Com certeza vai ter jogador de Brooklyn tendo pesadelos com Cooper. Por fim, outro jogador que segue atraindo olhares é Julian Champagnie, do Spurs.
Quem chamava a atenção era Victor Wembanyama, mas Julian resolveu roubar a cena sem pedir permissão. O armador seguiu mostrando crescimento, anotando 20 pontos, 8 rebotes, 6 assistências e 1 toco. Sem contar essa enterrada insana pra cima de James Nnaji, o nigeriano que foi escolhido pelo Hornets no último Draft. Enfim, se alguns jogadores já entraram em quadra e arrasaram, outros ainda não entraram ou não arrasaram, mas merecem nossa atenção.
Sendo assim preparamos uma lista que dividimos em 4 partes para vocês apreciarem. As 4 partes são bem claras; os mais badalados, os que mais tem a provar, aqueles que já podem ajudar na rotação de seus times e por fim, aqueles que nós amaríamos ver com alguma minutagem e provando que nosso coração não está tão errado. Então vamos para os cabras!
Os nomes mais badalados
Victor Wembanyama (San Antonio Spurs – Pivô)
Enfim, aqui são poucas palavras. Quem ama Wemba, não quer ouvir o contrário. Quem odeia, não quer mudar de opinião. Eu sou do lado de quem ama e ele vai mudar a NBA de alguma forma. Medidas de pivô, habilidades de um ala e cabeça de um armador. Wembanyama é um verdadeiro unicórnio, um alienígena, ou qualquer outro nome que queira dar.
Chet Holmgren (Oklahoma City Thunder – Ala-pivô)
Guardadas as devidas proporções, esse é o Wembanyama antes de Wembanyama. No Draft de 2022 esse rapaz era muito especulado, bom marcador, com bom alcance de arremessos e um físico bizarro. Muitos não se lembram, mas como Chet Holmgren se lesionou no ano passado, nesse ano ele ainda é um rookie. De certa forma a pausa foi importante pois ele teve tempo para ganhar massa e “desenvolver” o seu corpo. Nas mentes mais enlouquecidas, a campanha de Rookie of the Year começa agora e é entre ele e Wemba.
Scoot Henderson (Portland Trail Blazers – Armador)
Scoot Henderson chega com muita expectativa, para muitos era o prêmio de consolação para quem não tivesse a primeira escolha. Infelizmente ele chegará em Portland com um ambiente nebuloso. Mas também chegará com muito o que provar. Ele nunca se achou a segunda escolha, mas sim a primeira. Terá que provar isso e conquistar o amor de uma cidade que ama Dame D.O.L.L.A.
Brandon Miller (Charlotte Hornets – Ala)
Por mais estranho que possa ter parecido, o Charlotte Hornets já sabia exatamente o que queria na noite do Draft. Se a franquia optou por Brandon Miller eles tem a certeza de que LaMelo é o seu armador e que sua escolha seria puramente por fit. Brandon Miller não teve o March Madness que se esperava, mas treinou bem em frente as franquias.
Como comentado alguns dias atrás, não teve um baita primeiro jogo, mas pelo menos mostrou resiliência e poder de recuperação. Já no segundo jogo, apenas 6 pontos, mas distribui bem a bola, foram 7 assistências. Na noite passada novamente pontuou bem, mas temos que voltar a repetir sobre as faltas. O garoto precisará tomar cuidado com a imaturidade na defesa e terá que agradar uma torcida que esperava por Scoot Henderson.
Quem tem algo a provar
Cam Whitmore (Houston Rockets – Ala)
Os boatos de problemas médicos fizeram Cam Whitmore cair das escolhas de loteria. Agora será a hora de provar aos times que fizeram uma péssima decisão. Whitmore caiu para o Rockets na 20ª posição geral e vai encontrar outras peças jovens e que também precisam provar o seu valor, como Jabari Smith.
Anthony Black (Orlando Magic – Armador)
Para alguns, se a classe não tivesse Henderson e Wemba, se Anthony Black fosse melhor em seus arremessos, seria ele a primeira escolha. Visto por esses ângulos, o Magic pode ter tudo um steal. Sua capacidade de marcação e sua visão de jogo poderão ser apreciadas nessa Summer League, mas o que deve ser observado de perto é o seu poderio ofensivo.
Bilal Coulibaly (Washington Wizards – Ala)
O parceiro de Wemba no Metropolitans 92 não era cotado para uma escolha tão alta (7ª geral), mas suas estatísticas são interessantes, quando vemos que ele jogou ao lado do Wemba. Na França ele desempenhou um papel 3&D e foi importante para o Metropolitans chegar nas finais da liga. Num time que está levemente confuso, será divertido ver o que Bilal pode aprontar.
Ausar Thompson (Detroit Pistons – Ala-armador)
Em nossas conversas chegamos a sacanear muito o “segundo” irmão, chamando de “o pior dos Thompsons”. Mais do que isso, chegamos a cogitar que ele sairia mais pra trás no Draft, caindo para um Orlando Magic ou até para a 10ª escolha. No entanto, Detroit optou por colocar os irmãos no livro de histórias da NBA. Com a seleção de Ausar logo após o seu irmão, eles tornaram-se os únicos gêmeos a serem pegos dentro de um Top 5 no mesmo Draft!
Vou evitar cair na piada dos gêmeos, mas os irmão realmente são parecidos, não só na aparência, mas em quadra também. Ausar é muito atlético, mas fica um degrau abaixo de seu irmão. No entanto, sua capacidade de pontuar é um pouco melhor que de seu irmão e acaba tendo um arremesso mais qualificado e com maior alcance. Será divertido observá-lo na Summer League, ainda mais no jogo contra seu irmão, no domingo (09/07).
Podem ajudar a rotação
Amen Thompson (Houston Rockets – Armador)
Pesquisei, mas não descobri se Amen é o gêmeo mais velho ou não. De qualquer forma, para a NBA ele chegou primeiro que seu irmão. Embora, como já comentei, o jogo dos irmãos seja bem semelhante e sejam “maduros”, Amem é o que mais se destaca pelo atleticismo e esse ponto é algo que deve encantar muito o Houston Rockets. Hoje a franquia precisa de um jogador que seja capaz de dar ritmo ao time.
Uma responsabilidade grande para um jovem de 20 anos, mas que pode dar muito certo e fazer Houston ser relevante depois de alguns anos.
Jarace Walker (Indiana Pacers – Ala-pivô)
Enquanto esteve com o Cougars, Walker mostrou todo seu poderio de defesa. Muito sólido e versátil, defendendo posições de 3 a 5. No entanto, seu jogo ofensivo ainda precisa ser provado. Mas se existe esperança para o torcedor de Indiana, é que visto pelo final de temporada no NCAA Tournament, seus últimos dois jogos somaram 23 pontos, 21 rebotes, 10 tocos e 7 assistências! Ainda tem isso, além de bom defensor, ainda é um bom passador, sabe ler as defesas e criar espaço para seus companheiros. Agora resta acompanhar como seguirá o seu desenvolvimento.
Peyton Watson (Denver Nuggets – Ala)
Watson não é na verdade um calouro, mas vale colocá-lo em destaque pelo impacto que pode ter nessa temporada. Peyton Watson foi escolha número 30 do Draft de 2022 do Denver Nuggets. Ele chegou a ser um recruta 5 estrelas quando chegou ao College, cheio dos prêmios de fast-food (McDonalds All-American). No entanto, o hype o levou para UCLA e isso foi um baita problema, pois todos os titulares do Final Four voltaram para mais um ano.
Mesmo com pouca aparição ele apostou no Draft. Em seu primeiro ano ficou a maior parte na G-League. No final da temporada regular recebeu alguns minutos com o Nuggets e demonstrou evolução, principalmente defensiva. Agora, com um banco jovem, o hype em cima dele e só um Justin Holiday de veterano, será interessante ver o que ele fará na Summer League para tentar garantir uma vaga com o Nuggets. Olho nos tocos desse rapaz!
Kobe Bufkin (Atlanta Hawks – Armador)
Esse rapaz tem muito potencial de ser uma estrela na NBA. Bufkin subiu muito nos boards durante os trabalhos com as franquias, sua versatilidade ofensiva encantou muitos scouts. O ex-Michigan Wolverines já chega na NBA como um dos armadores mais velozes da liga! O final de sua última temporada no College foi incrível e pode ser a pílula de confiança que ele precisa para chegar em Atlanta e logo no primeiro ano ter o impacto necessário para afastar Atlanta dos vexames.
Apostas de coração
Drew Timme (Milwaukee Bucks – Ala)
Drew Timme é daqueles jogadores que fazem história por uma universidade, mas não chamam a atenção de um time no Draft. Ele foi 2x Jogador do Ano da Conferência da Costa Oeste e 3x All-American. Ele terminou sua carreira universitária como o maior cestinha de todos os tempos de Gonzaga Bulldogs.
Timme não é Wembanyama em termos do tipo de estrela, mas difícil alguém não se lembrar desse rostinho no basquete universitário nos últimos 3 anos. Gonzaga avançou muito nos últimos March Madness e muito disso deve-se a presenção dele. Será que ficará apenas como uma figura caricata ou ele aproveitará o contrato de 10 dias com o Bucks para provar que tem um espaço?
Trayce Jackson-Davis (Golden State Warriors – Ala-pivô)
Como eu queria ter visto esse rapaz com uma camisa do Pacers! Sorte dos torcedores do Warriors. Pegar TJD com a 57ª geral é um baita de um steal! Filho do ex-jogador Dale Davis, Jackson-Davis foi um consensus All-American na última temporada. Nos 4 anos que teve em Indiana com o Hoosiers, foi um destaque. Em sua última temporada registrou médias de 20,9 pontos, 10,8 rebotes, 4,0 assistências e 2,9 bloqueios por jogo.
Embora chegue na NBA com 23 anos, o que pode ter sido a causa de sua queda no Draft, o Warriors selecionou um jogador que no mínimo já sabemos que tem um belo piso.
Jordan Hawkins (New Orleans Pelicans – Armador)
O que Jordan Hawkins será na NBA ainda é um mistério, mas o que esse rapaz fez por UCONN no NCAA Tournament é de se aplaudir e receber créditos de olheiros. Hawkins levou UCONN até o Final Four tendo anotado mais de 20 pontos em cada jogo do Sweet 16 e do Elite 8. Na final contra San Diego, teve seus 16 pontos.
Chegar numa franquia como o Pelicans, que está se reorganizando bem e embora seja candidata a playoffs do Oeste, não tem a pressão de um grande centro, pode ser o que ele precisa para ter tranquilidade e trabalhar para se tornar uma das estrelas da liga. Gana não faltará a ele.
Resultados da noite
Pelicans 88 x Timberwolves 102
Nuggets 85 x 92 Bucks
Bulls 83 x 74 Raptors
Trail Blazers 99 x 100 Rockets
Cavaliers 101 x 97 Nets
Hornets 68 x 76 Spurs
Kings 80 x 76 Hawks
Warriors 96 x 103 Lakers