Colin Kaepernick ainda tem espaço na NFL?

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Logo eu, que reclamo constantemente dos meus companheiros darem spoiler, estou fazendo isso. O assunto desse texto também vai ao ar no podcast que será gravado no final de semana. No entanto, em minha defesa, o que teremos aqui é apenas um anúncio do que virá, bem como uma visão única e exclusivamente minha. Mas antes disso, “Colin Kapernick tem espaço na liga”, por qual motivo estou voltando nesse assunto? Vamos lá!

“Goodell! Gudél! Gûdel!”

Roger Goodell, o comissário da NFL, pode ser qualquer coisa e temos o direito de não gostar dele. Mas tem algo que não podemos dizer, o cara não é orêia igual outros comissários. Em meio aos protestos pelo assassinato brutal de George Floyd, o racismo na NFL voltou para a pauta e com uma força maior ainda. Com isso, “os joelhos” de 2016 vieram junto.

Na segunda-feira (15/06/2020), também conhecida como ontem, numa entrevista ao programa “The Return of Sports” na ESPN americana, o cara me solta a seguinte frase:

Well, listen, if he wants to resume his career in the NFL, then obviously it’s going to take a team to make that decision, but I welcome that, support a club making that decision and encourage them to do that.

Roger Goodell, no programa “The Return of Sports” da ESPN americana

QUE? Em português claro, o cabra disse que a decisão de Kaep voltar ou não para a NFL passa pelos donos dos clubes terem a intenção de assinar um contrato com ele. Mas que ele apoiará o retorno do jogador e até vai encorajar os times a fazerem isso. Mas é um grande de um safado esse Goodell, e eu digo isso, pois sou educado e não posso dizer outra coisa.

Bem, se vocês estão acompanhando Kaep desde que ele saiu da liga, sabe que esses incentivos vieram apenas agora. No final do ano passado, até uma “exibição” de Kaep para alguns olheiros das franquias foi sabotado por Goodell. Inclusive comentamos isso em podcast.

Enfim, Goodell tenta se livrar de seus demônios com essa fala. Tenta se esquivar de qualquer culpa e “ficar bonito na foto” com os jogadores.

Estatísticas

Os números de Colin Kaepernick.
Fonte: Wikipedia

Vamos analisar os números acima; a primeira coisa que mais me impressiona é a queda de produtividade da linha ofensiva dos 49ers nos dois anos seguintes da ida ao Super Bowl. Como brincamos com Russell Wilson, Kaep precisou correr por sua vida. Mais que isso, talvez possamos dizer que essa linha foi responsável pelas três cirurgias que Kaep fez do final da temporada de 2015 até o começo da temporada de 2016.

Outro ponto que merece destaque, é de como durante os anos de Harbaugh, Kaep ainda mostra alguma evolução. Um QB Rating acima de 85, aumentando a quantidade de tentativas de passe e ficando ali em torno dos 60% de aproveitamento. Sua atleticidade também foi colocada mais a prova, ano após ano.

Aliás, em 4 de junho de 2014, ele assina uma extensão de seis anos, no valor de 126 milhões de dólares. Mas a última temporada de Harbaugh nos 49ers foi qualquer coisa longe de boa; mesmo assim Colin Kaepernick não tem culpa. O time envelheceu, não eram tantos talentos e o treinador ainda conseguiu arrumar inimigos dentro do vestiário. Depois disso, Jim Tomsula assume e parece não entender de futebol americano.

É um show de horrores e que termina com Kaep indo para o banco, como o único culpado. No ano seguinte Chip Kelly assume o comando do time, mas também nada funciona, apesar de Colin Kaepernick ter números “OKs”. No entanto, em meio a números “OKs”, 2016 é o ano em que começam os protestos de Colin Kaepernick.

A saída

Enfim, antes do começo da temporada de 2016, Colin Kaepernick tem seu contrato reestruturado com os 49ers. Agora o contrato era de dois anos e davam ao Kaepernick a opção de sair do time no ano seguinte. Então, ao final da temporada de 2016, Chip Kelly já é carta fora do baralho dos 49ers e o time contrata Kyle Shanahan.

Shanahan chega aos 49ers indicando que usaria o mesmo esquema que usou nos Falcons no ano em que foram ao Super Bowl (o tal do 28-3). Nessa fala ele já dá a entender que Colin Kaepernick não se encaixaria nesse esquema. Então, em 3 de março de 2017, ele opta por encerrar o contrato com os 49ers e em 9 de março vira um agente livre.

Em 2017, naquela free agency, ele teria espaço? Pois bem, vamos lá ver. Os Colts começam a temporada com Scott Tolzien; os Jaguars tem Blake Bortles como titular. Os Dolphins tem Jay Cutler e os Jets tem Josh McCown. Os Bears optam por Mitchell Trubisky no Draft e trazem Mike Glennon para ser seu mentor.

Bem, eu acho que ainda poderia rodar um pouco mais na liga e ainda achar outras opções questionáveis na posição de reserva ou até mesmo como titular. No entanto, acredito que esses nomes já mostram o que eu pretendia mostrar mesmo: Kaep tinha lugar; falo com tranquilidade. Mas nós sabemos muito bem também, dono de time não quer alguém que tenha holofotes extra campo.

Pois é, Vontaze Burfict que o diga; ou quem sabe Kareem Hunt, ou Ezekiel Elliot. É óbvio, o extra campo é algo totalmente sem critério. Ainda temos muitos jogadores que chamam mais atenção fora de campo do que dentro, mas seguem na liga.

Possível retorno

Bom, pra mim, depois de todo esse discurso, a resposta pra mim é muito simples. Colin Kaepernick ainda tem lugar na NFL! Acho o Colin Kaepernick um quarterback extraordinário? Longe disso, mas numa liga em que já tivemos Blake Bortles, Scott Tolzien, Case Keenum e Nick Foles como titulares, Kaep caberia muito mais no lugar deles.

“Mas Felipe, o Foles já ganhou um Super Bowl”. Trent Dilfer, Mark Rypien e Jim McMahon também já ganharam; era esse o tweet. Digo mais, se Nick Foles tivesse ajoelhado (e fosse negro), talvez não fosse nem reserva do Carson Wentz naquela temporada. Só para ficar mais simples essa comparação, Doug Williams também ganhou Super Bowl, mas não teve a renovação que Foles teve.

Certo, mas falando de hoje, dessa temporada que bate na porta, quem poderia contratar Kaep? Bears? Dolphins? Ravens? Seahawks? Colts? Cardinals? Patriots? Chargers? Rams? Eagles? Bem, confesso que disse alguns times, mas nem todos eles eu acredito que fariam sentido. No entanto, entre esses, pelo menos quatro deles eu tenho pontos que fariam sentido. Agora aguardem o podcast, pois vamos discutir exatamente isso.

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