Contos do Rafa #3: um pouco mais de “e”

Tempo de leitura: 4 minutos

E aí tailgaters, como vocês estão? Aproveitando a quarentena para maratonar nosso podcast, nossas lives (a entrevista com o Bira foi sensacional), ler os textos dos nossos mestres e mascotes; e com certeza testar umas receitas do engordando o jogo, não é mesmo? Eu sabia, tinha certeza disso!

Como gosto de falar, eu não tenho muito compromisso com a informação, de longe meus amigos do tailgate zone são os especialistas em todos esportes. Então aproveito sempre meu espaço aqui para colocar meus temas livres; principalmente contar histórias, aliás, tenho várias. Minha barriga não deixa mentir… Opa, como é que é? Cometi gordofobia comigo mesmo?

Antônimos

Não, pelo menos acho que não, e é sobre isso que quero escrever hoje. Vivemos em um mundo repleto de senões e porquês, muito polarizado; a todo momento alguém está te julgando por tomar partido de um lado ou de outro. Nessa horas, fico feliz de lembrar das aulas da primeira série, onde aprendíamos os antônimos.

Nessas aulas as coisas eram mais fáceis; ou bem ou mal, ou é esquerda ou é direita, ou é homem ou é mulher, ou é branco ou é preto. Pera lá gente, o mundo não pode ser assim; o mundo não é assim! Imagina se começarmos a trocar os “ou’s” por “e’s”? Tudo começa a fazer mais sentindo; bem e mal, esquerda e direita, homem e mulher, branco e preto.

Viu? Convivemos sim e juntos! Um simples “e” junta, não separa. Eu vejo muita gente falando que depois desta pandemia vamos sair seres humanos melhores, que o mundo vai ser mais solidário. Mas será que vai mesmo? O mundo é composto por pessoas e elas constroem o mundo em uma sociedade onde o acesso a qualquer tipo de informação é facilitado pela tecnologia.

No entanto, a educação e a cultura, que deveriam ser acessada por todos, ainda estão restritas a uma pequena parcela. Será que realmente essas pessoas que hoje são massa de manobra, vítimas de sua falta de acesso e, às vezes, até pela sua incapacidade de procurar acesso, vão mudar?

Falhamos como sociedade

Não quero aqui julgar ou dizer que minha verdade é única. É exatamente isso que estou condenando. Por que toda vez, só um lado pode ter razão? Por que estamos sempre julgando? Não faz sentido, precisamos ser abertos, desde criança escuto que temos dois ouvidos e uma boca. Ou seja, temos que ouvir mais e falar menos.

Mesmo assim, não estou de acordo com isso. Nossa escuta deve ser genuína e livre de preconceitos. Nunca podemos calar nossa opinião, mas a do coleguinha tem igual importância. Nós falhamos como sociedade a partir do momento que a sua opinião vale menos do que a minha. Então, é aí que volta a reflexão: será que somos realmente solidários?

A pessoa nasce exposta a um mundo que é apresentado para ela, forma-se com base na sua experiência de vida, todos são assim. No entanto, homens brancos são privilegiados e podem sim viver o que entendemos ser liberdade absoluta. Já, se você nasce preta, em uma comunidade pobre esta fadada a uma vida de preconceitos, marginalização, indiferença e sendo julgada a todo momento.

Precisamos mudar isso e tenho certeza que todos aqui do tailgate zone e mais vocês que nos acompanham, pensam dessa forma. Essas pessoas não vão mudar depois da pandemia, elas já acreditam na igualdade de direito e de fala, mas precisamos disseminar isso. Nunca se calar.

Igualdade

Esse sentimento de igualdade de direito e oportunidade tem que ser o novo vírus, a nova pandemia. No entanto, neste caso em específico, quanto mais contaminar, muito melhor. Muitas das grandes nações do mundo, hoje são governadas por pessoas que infelizmente acreditam somente em suas verdades.

Julgam-se “maioria” e governam para o bem dessa mesma “maioria”. Mas eles são reflexos de uma sociedade que cada vez mais consome qualquer tipo de informação e que quer manter seus privilégios. Como queremos mudar o mundo se não conseguimos nem mudar o quintal de casa? O esporte deveria ser símbolo de integração.

No entanto, infelizmente, diversos casos de preconceitos e também a desvalorização do esporte feminino (no geral), acaba deixando passar uma grande oportunidade. Criar um cenário de representação e com bons exemplos, fazer com que a paixão pelo time transforme as pessoas em pessoas melhores.

No entanto, como em toda sociedade, infelizmente, nestes momentos críticos, vemos posicionamentos de pessoas importantes totalmente contrárias a igualdade e julgando a mesma. Mas existe uma luz, os que apoiam e buscam igualdade de direito são maioria. Bem, talvez até sejam minoria, mas são atletas que tem um alcance gigantesco.

Mudança genuína

Então, cabe a nós refletir e começarmos a influenciar uma corrente positiva de mudança. Queria muito chegar hoje e contar histórias divertidas, mas precisava transmitir o que penso sobre tudo isso. Vamos nos unir e fazer do mundo um grande tailgate. Momento de curtir com os amigos, viver sem preconceitos e onde todos tem igualdade de fala e direito.

Começamos mudando as coisa dentro de casa, mas sem imposições, pois a mudança deve ser genuína. Nunca vamos nos calar, vamos apresentar alternativas sempre, é importante aprender a ouvir mesmo que não agrade nossos ouvidos. Todos tem direito de se expressar!

Vamos trocar o “ou” por “e”. Bom, espero que tenham gostado, críticas são sempre bem vidas. Vamos ver se agora eu mantenho o ritmo e não deixo vocês sem histórias por muito tempo.

Abração! Let’s Play, Folks!

This Post Has One Comment

  1. Ronaldo Barbosa

    Boa reflexão Rafa, sempre acredito que tempos melhores virão porém, a evolução nem sempre é positiva, igual aquele ditado que diz “câncer também evolui” …, quanto maior o diálogo, maior o aprendizado, radicais , independente de esquerda ou direita, não sabem dialogar, apóio a ideia , vamos trocar “ou” por “e” , buscar mais equilíbrio e mais igualdade pois no final , somos todos irmãos … 👍

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