O Baseball pelo caranguejo-violinista

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Sabe aqueles dias em que você vai dormir com uma ideia insistente na cabeça? Aí, no meio da madrugada você acorda com aquela bigorna martelando. Tenta pegar no sono de novo, consegue, mas logo cedo acorda com aquele batuque que não te deixa sossegado?

Então, aconteceu comigo! Tenho até vergonha de contar essa ideia. Mas como entre tailgaters não devem haver segredos e muito menos constrangimentos eu vou contar. O lance que ficou me batendo no “coco” foi: e se o fruto proibido tivesse sido comido por um caranguejo-violinista lá no Éden?

Parece loucura, né? Parece e é! Passei uma longa noite acordando e dormindo pensando nisso! E pior! Fiquei imaginando como seria o baseball sendo dominado por essa espécie pecadora. Vem comigo nessa viagem?

Degradados

Parto do pressuposto de que o animal pecador que comesse o “fruto proibido” seria degradado do paraíso. Mas mais do que isso. Tomei a licença de acreditar que ele também seria responsável por povoar a Terra.

O Jardim do Éden de Adão e Eva é um tanto diferente do paraíso do caraanguejo-violinista.
Visão do Éden humano.
Fonte: troca o disco

A parte de “Caim e Abel” eu vou pular. De desgraça já basta essa minha ideia. Se arriscasse algo nesse sentido deveria ser internado. Mas não nego que me ocorreu uma cena curiosa. Imaginem a “Arca de Noé” dos caranguejos-violinista. Agora, pensem que os nossos Adão e Eva teriam um cubículo para eles dentro dessa famigerada arca.

O pecador caranguejo-violinista

Sendo o pecador o caranguejo-violinista não me ocorre outra coisa senão liga-lo ao baseball. Antes, porém, precisamos considerar que a árvore do fruto proibido deveria estar próxima a uma praia no Éden. Afinal, o habitat desses bichinhos é o oceano Atlântico. E deveria ser assim quando Deus criou o mundo.

O prazer e a perdição do caranguejo-violinista está no coco.
O Éden do caranguejo-violinista.
Fonte: Thiago orgânico

Também seria de bom tom estabelecermos que a árvore do fruto proibido não poderia ser uma macieira. Um pé de maçã na praia não dá. Então, por licença poética, o fruto proibido cairia de um coqueiro. O coco teria de cair, ao contrário de ter sido colhido, como o foi por Eva, segundo o Livro de Gênese. Nosso esdrúxulo personagem não seria capaz de apanhar um coco.

Milênios afora

Milênios se passaram! Revoltas, guerras, revoluções, inconfidências foram engendradas pela simpática espécie do caranguejo-violinista. Um tanto dificultosa essa história, já que a anatomia que distingue esse bichinho não é tão adaptável a armas, instrumentos de escrita e outros objetos literários e bélicos. Mesmo imaginando que o “Gutenberg”, o “Camões”, o “Júlio César”, o “Napoleão” ou o “Stálin” dos caranguejos-violinistas fossem hábeis o suficiente para tal empreitada.

No entanto, aqui cabe um desvio de rota. Somente para um exercício imaginativo (mais?!). Nós, pobres homo sapiens, que talvez não carregássemos o qualificativo sapiens, estaríamos pelas florestas desse mundão de Deus disputando a sobrevivência.

Por uma capacidade adaptativa nunca dantes vista, ocuparíamos a tundra, a taiga, florestas tropicais, desertos e, quiçá, oceanos. Mas não seríamos mais do que figuras integrantes de uma cadeia alimentar já abalada pela poluição e os efeitos do aquecimento causados pelo “violinista”.

De volta ao curso da história

Retomando o curso da história (essa com “h” minúsculo mesmo), nossos adoráveis pecadores dominariam o mundo. Colonizaram a Terra com engenho e arte. Fizeram maravilhas estupendas. Tão maiores quanto as que nossos maiores gênios alcançaram.

Mas a maior de todas elas, talvez perfeitamente cabível a esses sorrateiros animais foi a invenção do baseball. Sim, o caranguejo-violinista já nasce com um taco de beisebol acoplado no corpo. Teríamos gerações e mais gerações de “Barry Bonds” caranguejo.

Sobretudo pelo fato de que se para a espécie rebater seja “mel na chupeta”, arremessar seria um tanto complicado dado que o desenho do estrafalario membro traria alguns empecilhos. Teríamos um festival de home runs. Não haveria “Canseco”, “McGwire” ou “A-Rod” (com muito PED na veia) capaz de superar a temporada de 480 HRs rebatidos por um único caranguejo-violinista na posição de rebatedor.

E nós?

Terra colonizada… e nós? Nós teríamos uma noite especial nos ball parks batizada de “Noite dos pets: aqui seu humano é rei”. Talvez fôssemos até mascote de um time. O “George Orwell” encarnado no caranguejo-violinista teria escrito um livro chamado “a revolução dos bichos” em que um dos nossos, querendo dominar o mundo, seria o artífice de uma sedição contra um “violinista”, dono de uma granja. Mas isso é obra para, talvez, uma outra crônica.

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