Na manhã dessa segunda-feira (28) Espanha e Brasil se enfrentaram pela segunda rodada da Copa do Mundo de Basquete. Na primeira rodada as duas seleções fizeram bonito e dominaram seus adversários. A seleção brasileira, apesar de ter uma grande vitória, saiu com o gosto amargo por perder Raulzinho lesionado. Já a seleção espanhola não teve baixas e vê sua entressafra de geração ter um bom resultado. Mais do que isso, contou com ótimas apresentações de grandes promessas.
Usman Garuba, ala de 21 anos, que foi dispensado pelo Oklahoma City Thunder na semana passada, fez valer seu físico e registrou 12 pontos, 7 rebotes e 1 assistência. Já Juan Nunez, armador de 19 anos que joga na liga alemã, registrou 3 pontos, 5 rebotes e 8 assistências. Nos quase 21 minutos que esteve em quadra, mostrou muita habilidade e deixou claro que a seleção espanhola seguirá em boas mãos. Mas o grande show com toda a certeza foi de Willy Hernangomez.
O “pivozão” que joga no Barcelona foi absolutamente dominante no garrafão e anotou 22 pontos. Desses, 20 foram ainda no primeiro tempo, o que ajudou a Espanha a já assegurar a vitória bem cedo. Enfim, as duas seleções chegaram ao jogo de hoje com uma vitória e buscando a classificação antecipada para a próxima fase.
Primeiro tempo
A seleção brasileira começou o jogo com apenas uma alteração em relação ao quinteto da última partida: Raulzinho, que fará cirurgia e recuperação nos EUA, dá lugar para Georginho. Inclusive, a camisa do armador ficou o tempo todo no banco de reservas do Brasil, e seus companheiros têm frisado que Raulzinho é a inspiração para o restante da disputa da Copa. Enfim, nossa seleção começou o jogo bem mais nervosa do que no jogo contra o Irã, cometendo alguns erros de marcação e faltas por gana excessiva.
Além disso, também ficamos devendo nos rebotes defensivos, o que gerou alguns pontos de segunda chance para a Espanha. Mesmo assim, seguimos pontuando e com o placar bem próximo da Espanha. A ausência de Raulzinho ficou evidente para o sistema defensivo, mas o Brasil ganhou mais velocidade no ataque com Georginho e Yago. Após terminar o primeiro quarto ganhando por 22 a 21, o Brasil chegou no segundo quarto com uma marcação em zona eficiente, mas a bola de 3 da Espanha começou a cair forte.
Enquanto isso, a bola de 3 da seleção brasileira não caía de jeito nenhum. Alberto Diaz e Rudy Fernandez foram os que mais castigaram e vimos o placar começar a distanciar. Bruno Caboclo (13 pontos e 8 rebotes na primeira etapa) foi o que mais produziu em nosso ataque, seguido por Yago (8 pontos). Mas no geral a seleção começou a selecionar mal seus arremessos e cometeu alguns turnovers (8 no primeiro tempo), fazendo com que a Espanha distanciasse. Fim do primeiro tempo, 50 a 42 para a Espanha.
Segundo tempo
A seleção brasileira voltou do vestiário errando muito e com um ataque bem menos dinâmico do que vimos contra o Irã. Além disso, vimos Tim Soares chegar a 4 faltas logo no início do terceiro quarto. No entanto, os deuses do basquete pareciam estar do lado do Brasil e a Espanha também começou a errar, o que não permitiu que o placar saísse da diferença de 10 pontos. Mas infelizmente nossa seleção apressava-se no ataque e via a Espanha pontuar nos turnovers. 16 pontos da Espanha vieram dos 13 erros do Brasil.
Ao menos nossa defesa trabalhou bem ao final do terceiro quarto e vimos Léo Meindl metendo uma bola de 3 contestadíssima para fechar o período com 5 pontos de diferença no placar. No quarto período não aproveitamos o momento criado pela bola de 3 de Léo Meindl, seguimos errando no ataque. A nossa seleção girava pouco a bola, jogava muito ansiosa, tentando chegar na cesta apenas driblando a boa defesa espanhola.
Desconcentramos por completo. Turnovers, erros de lance livre, arremessos forçados, erros de marcação e vimos a diferença no placar chegar em 21 pontos. Juan Nunez, do alto de seus 19 anos, liderava a Espanha. Um quarto período desastroso para o Brasil e magnífico para a Espanha. Gui Santos entrou ao final do quarto período e foi aproveitando os minutos para ser agressivo e ganhar corpo na rotação do Brasil. Conseguimos baixar um pouco a diferença no placar (18 pontos), mas foi isso.
Bruno Caboclo, com um duplo-duplo (15 pontos e 11 rebotes) e Yago (14 pontos) foram os melhores pela seleção brasileira. Agora a missão é corrigir os erros e focar no jogo contra a Costa do Marfim na quarta-feira às 06:45, para conseguir a classificação para a próxima fase. Vale lembrar que o mundial é um dos caminhos que podem levar o Brasil até os Jogos Olímpicos de 2024, em Paris. As duas seleções melhor classificadas nas Américas já garantem vaga.