Que presente você quer hoje?

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Que presente você quer hoje? Esse texto foi originalmente escrito para o MLB da Massa no ano passado. No entanto, quando chega esse época do ano, mais precisamente no dia de hoje, 12 de outubro, o conteúdo dele continua fazendo sentido para mim. Sendo assim, pode até parecer repetitivo, ou até igual ao do ano passado, mas é um sentimento tão gostoso, que preciso continuar escrevendo.

Pra quem leu aquele texto, talvez lembre que tive uma viagem de trabalho e fiquei praticamente três semanas sem escrever para o site. Nesse caso, ainda o MLB da Massa, pois o tailgate zone, surgiu alguns meses depois. Enfim, quando voltei da viagem, eu precisava preparar a minhas coluna de sexta-feira.

Retrospectiva

No entanto, quase não acompanhei o que tinha acontecido no mundo do baseball. Eu tinha muitas dúvidas sobre o que o Padres faria na offseason e quais passos seriam dados para que o time finalmente engrenasse. Hoje é até engraçado relembrar os meus questionamentos. 

Quem será o nosso shortstop? Quando Fernando Tatis Jr entrará para o elenco principal? Quem será o nosso terceira base? Christian Villanueva, Wil Myers? Nesse caso, os dois continuam no time? E nossa rotação? Mejia ou Hedges? Quem vamos cortar? Quem podemos pegar na free agency? Mas vamos pegar alguém mesmo, será que seremos tão ativos nela?

Olha lá, foram questionamentos providenciais até. O shorstop do time foi Fernando Tatis Jr mesmo, pelo menos até ele se lesionar e acabar “perdendo” até o prêmio de calouro do ano. O terceira base (vixe), esse eu errei e por muito, mas pelo menos acertei que o time seria ativo na free agency. Manny Machado, o homem foi para o Padres com um contrato altíssimo.

A rotação? Essa foi de calouros e caras que jogavam pelo segundo ano na liga. O bullpen, continuou seguro e a posição de catcher foi tomada por Mejía. O ano do Padres foi intenso, começando bem, surpreendendo muitos, mas depois foi caindo demais. Tanto que o time terminou em último na divisão oeste da liga nacional.

Minha temporada

Entretanto, as mudanças não foram apenas no Padres. A mudança também aconteceu aqui, com esse colunista. As semanas seguiram com correria, o trabalho sempre aumentando, as atividades até o último fio de cabelo. Frustrações, decepções, projetos dando problema, mas também algumas conquistas e alguns sucessos. Tudo isso faz parte.

No entanto, nunca me vi em tantos momentos de reflexão como nessa temporada. Aliás, esses momentos foram excelentes. O tailgate zone também foi inaugurado, se assim podemos dizer. Os planos para ele são infinitos e todo o planejamento já está em execução.

O meu tempo livre, que já era reduzido, virou de total atenção para essa ideia. Isso mesmo, isso aqui é muito mais que um site, um podcast, posts de comida, cerveja e esportes americanos. Por fim, graças a toda a galera do MLB da Massa e mais o tailgate zone, nessa última “temporada” descobri, finalmente, o que me traz paz e gana.

O que me dá a força para dar de frente nessas coisas pesadas aí de cima, que não mudam muito e nos consomem demais. Posso dizer que foi uma “temporada” bem interessante, de reconhecimento… de aceitação, sei lá. O bom é ver que hoje eu me respeito mais e descobri talentos que nem sabia que tinha!

Enfim, com essa breve introdução, a continuação é quase a mesma. Mais uma vez me encontro aqui na terra do tio Sam, mas dessa vez não estou trabalhando. Dessa vez estou em férias e fazendo uma “cobertura especial” para o tailgate zone. Já rolou jogo da NHL, MLB e NFL (Olha lá um ballpark no roteiro! Após quatro anos, voltei num, mas será tema para outro texto).

Estopim

Difícil colocar palavras, ou encontrar todas elas agora. Uma coisa é certa, os dois dias foram maravilhosos, pisando em ballparks ícones e de grandes rivais. Num deles vendo toda a magia de um jogo, no outro imaginando cada segundinho dos longos jogos de baseball que já aconteceram ali.

Enfim, eu tinha obrigação de escrever um texto dessa vez? Não, nenhuma, eu apenas tinha pensado em repetir o mesmo texto do MLB da Massa. Mesmo conteúdo, Padres 2018, mas novamente fui pego pela minha voz da consciência, que me entregou um texto que em pouco tempo já estava todo escrito na minha cabeça.

No ano passado, quando levantei da cama e peguei o celular, o estopim do texto foi uma notificação no Facebook. “Dona Onça comentou em uma foto com você”. Pois é, dessa vez não teve notificação, foi apenas uma lembrança mesmo… a mesma lembrança.

12 de Outubro de 2014, MetLife Stadium. O primeiro jogo de NFL visto ao vivo e no dia das crianças. É impossível eu passar por essa frase e não entrar um cisco no meu olho, impressionante. Dessa vez, eu não abri nenhuma foto, não vi a minha pessoa (17 kg mais magra) em frente ao MetLife. Muito menos peguei a foto em que Peyton Manning aparece minúsculo lá no campo.

Eu só levantei da cama mesmo e fui direto me olhar no espelho, foi engraçado. Engraçado como eu continuo vendo uma criança. O esporte tem dessas comigo, ele me causa essas coisas. Dá raiva também? Lógico, afinal, uma derrota no domingo torna uma segunda-feira bem mais triste.

Recordações

Nossa, quantas recordações… quantas recordações! Não vou negar que são as mesmas do último texto. Meu pai me levando ao Canindé aos domingos, inclusive em dia das crianças, e até entrar com o time em campo. Almoço de domingo na vó, todo mundo reunido e depois toca geral pro Canindé.

5 a 2 de virada em cima do Botafogo de Bebeto em 98. Aquele abraço nas pessoas ao lado para comemorar o título da Portuguesa na Copinha ou então o Campeonato Brasileiro da série B de 2011. Aliás, é muito engraçado ver que as melhores recordações esportivas que tenho de infância são dentro daquele Canindé.

Ir com meus pais no Ibirapuera, assistir a seleção brasileira de vôlei. Tomar uma bolada da Leila enquanto assistia um treino do time da Nestlé (o time de Jundiaí, que saudades). Pisar pela primeira vez no Petco Park (AT&T, eu ainda apareço aí, juro!) e também no Lucas Oil Stadium. Sim, o parágrafo é repetido, assim como a emoção de recordar tudo isso.

Nessa última “temporada”, o esporte também me trouxe mais algumas recordações. Quantos laços não foram criados por causa dessas bolas ovais, pucks, beisebolas e basquetebolas?

Ou melhor, quantos laços não ficaram mais apertados? É muita coisa boa. De norte a sul do Brasil, ou até na gringa. Gente que eu nunca vi, apenas trocamos mensagem, mas que as vezes parece que tá do lado, sabe?

Quantas narrações e jogos ao vivo já coloquei pra conta também. São coisas fantásticas que o esporte sempre me proporcionou e vem proporcionando cada dia mais.

Obrigado esporte

Enfim, já estou muito emotivo e o dia apenas começou, tenho que tomar um café, colocar uma roupa e acordar a Dona Onça. Hoje o dia será de fortes emoções, vamos no hall da fama do basquete. Basquete! O primeiro esporte americano que eu acompanhei, realmente não sei se estou preparado… haha. 

Depois disso, pegaremos umas sete horas de estrada até Baltimore, onde amanhã conheceremos o M&T Bank Stadium. Nossa última parada antes de voltar ao Brasil e fechar essa “cobertura especial”, que realmente foi bem especial. Foram muitas lembranças nesses dias e eu só tenho que agradecer o esporte.

Esse troço aí, que dentre todas as coisas menos importante, é a mais importante. Algo que me traz uma paixão e me mostra a importância, de que mesmo adulto e com a frieza que muitas vezes os problemas do dia a dia nos trazem, precisamos manter aquela criança dentro de nós. 

A brincadeira, a diversão, a emoção e aquela ansiedade de ir ao estádio ver de perto os nossos ídolos. Aquela raiva, revolta, por nosso time ter perdido, que durava pouco mais de dez minutos, pois na sequência era pegar uma bola e jogar com os amigos. É isso… muito obrigado esporte.

The show must go on

Os alto e baixos sempre estarão aí, mas a última “temporada” me ensinou muito. O show tem que continuar, aquela frase tão adulta, mas que só as crianças realmente entendem. Na “temporada” passada, esse colunista não tinha um foco, um objetivo, apenas deveres a serem completos.

O colunista da “temporada” passada, matutava muito o que vai escrever e se preocupava com cada ponto, vírgula e estatística. Ele se preocupava também com a aceitação de quem leria e qualquer crítica que poderia receber.

Hoje, esse colunista já entende muito do que pretende seguir. Ele consegue enxergar lá longe, ver o que precisa ser feito, mesmo ainda tendo receio do caminho que vai percorrer. Esse colunista, também já não se importa com as regras gramaticais.

Como dito no texto do ano passado, ele é justamente aquele colunista com a bola embaixo do braço. Que na escola jogava basquete, mesmo sendo o menor da sala. Aquele lá não ligava pra isso não, só queria se divertir e tinha os maiores sonhos do mundo!

Então vamos lá, que presente você quer hoje? Meus textos, eu já não quero mais, o desejo segue sendo o mesmo do ano passado, se assim eu puder continuar escolhendo.

Eu quero entrar em um estádio final de semana sim, final de semana sim! Sempre ao lado dos meus, deixando a minha criança interior dominar todo o meu final de semana e invadir o máximo que ela puder da minha semana.

Feliz dia das crianças amigos tailgaters. Feliz dia das crianças! Aproveitem esse final de semana, com os seus, com esporte, com muita emoção, vivendo cada instantinho dessa vida louca vida. Aproveitem! Por fim, claro, eu não poderia deixar de perguntar… E vocês? O que querem de presente?

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