Em homenagem ao podcast especial de ontem sobre o college football, aceitei o pedido do “tio” Henriquetta (“tio” mesmo) e voltei ao esporte universitário para falar do mascote da semana. Um bicho fofo mas brigão, assustador mas bem humorado (as vezes), e muito, muito, muito maior que nós, caninas! De lá da Califórnia, diretamente de Berkeley, esse é Oski, o urso dourado.
Um início de carne e osso
Em 1895, o time de atletismo da Universidade da California, Berkeley, viajou ao leste do país para competições nacionais. Eles utilizaram uma bandeira azul com um urso dourado no meio. O urso, que pra quem não sabe, é o símbolo do estado da Califórnia desde a sua criação. A equipe surpreendeu, venceu, e o urso dourado, o Golden Bear, se tornou o mascote da universidade.
Mas todo mascote, obviamente, precisa de um representante em campo. Sendo assim, nada melhor que… filhotes de urso fofinhos! E eles ficavam na lateral do campo durante os jogos de futebol americano da equipe. Lindo, né? Pois é, mas diferente de Peter Pan, eles não permanecem filhotes para sempre. E ninguém quer um urso dourado de mais de 400 kg perto do campo de futebol americano, a menos que ele soubesse jogar na linha ofensiva (ba dum tss).
Aula de história da Jessie
Agora “aumigos”, uma pausa rápida na história do mascote para uma rápida explicação histórica. Na época, o campus de Berkeley ainda era a única das “Universidades da Califórnia”, o sistema estadual de ensino. Apenas em 1905 foi criado o 2º campus, em Davis, seguido de Riverside, San Diego, Los Angeles… Contudo, até 1957, todas faziam parte de uma única universidade, sediada em Berkeley.
Foi só então que os campus ganharam maior independência e o nome oficial de Berkeley se tornou UC Berkeley. Do mesmo modo, UC Davis, UC San Diego, UCLA e todos os outros. No entanto, pela tradição de décadas nos esportes, até hoje a UC Berkeley se chama California Golden Bears, ou Cal para os íntimos, em todas as competições esportivas.
Voltando a Oski
Em 1941, surgiu no jornal universitário o fofo mascote Oski, um ser animado, no estilo Zé Colméia. Então William Rockwell, editor e cartunista do jornal, decidiu trazer Oski a vida. Então, no jogo de 27 de setembro ele apareceu vestido com um suéter gigante amarelo, duas calças azuis costuradas juntas (para aumentar o tamanho), sapatos gigantes, luvas brancas e uma máscara de urso bem caricaturizada. Não importa o improviso, assim nascia o mascote que viraria febre em Berkeley!
Mas era aí que tínhamos um problema: Rockwell era extremamente tímido e não queria que soubessem que ele era Oski. Sem a fantasia, Rockwell tinha dificuldade de fazer contato visual com qualquer pessoa, mas como Oski, ele era brincalhão, barulhento e encantava multidões. Quase como Clark Kent e o Super Homem, o mascote era seu alter ego secreto.
Surge o Comitê Oski
Então, para ajudar a proteger a identidade de Rockwell e organizar os futuros Oskis, foi criado o Oski Committee. Esse comitê era formado por homens entre 1.58m e 1.63m, todos com habilidade atlética para serem Oskis, e mais importante, todos com suas identidades protegidas! É isso mesmo, ninguém sabia quem fazia parte do comitê dos Oskis.
E não para por aí… na sua maior parte, nem os próprios membros sabiam quem eram os outros! Eles lidavam só com o diretor do grupo. Além disso, quando a equipe viajava para jogos fora de casa, o mascote ou viajava separado ou já ia com a fantasia de mascote vestida. Tudo para não ser descoberto!
A evolução de Oski
De lá para cá, podemos dizer que Oski amadureceu bastante, mas também virou um tanto brigão e aventureiro. Nós já mostramos aqui a briga de Oski com Tree, a árvore de Stanford, mas sempre vale mostrar de novo. Olha só a ferocidade desse urso!
Atualmente, Oski só participa de brigas fictícias com a Árvore, atração constante nos Big Games, como é chamado o jogo entre as arquirrivais Cal e Stanford. Oski atualmente se dedica mais a travessuras e aventuras, basicamente um showman, um Super Homem… ou seria um Super Urso?
Au! Woof!