Este texto sobre Al Simmons faz parte da série ‘Hall da Fama’ em que contamos a história de alguns de seus membros. Toda terça-feira uma estrela será apresentada.
Al Simmons iluminou a MLB por 20 anos. Ele atuou por sete diferentes franquias ao longo desse tempo: Philadelphia Athletics (hoje Oakland A’s), por três períodos: 1924-1932, 1940-1941 e 1944. Chicago White Sox, de 1933 a 1935; Detroit Tigers, em 1936; Washington Senators (atual Minnesota Twins), nas temporadas de 1937 e 1938; Boston Braves (que viria a ser o Atlanta Braves) e Cincinnati Reds, em 1939; e Boston Red Sox, em 1943. Mas foi pelo Philadelphia Athletics, time do qual era fã durante a infância, que ele mais se destacou.
Entretanto, se tornar um jogador profissional de baseball não foi tão fácil para Al. Como também não era fácil para narradores e comentaristas falarem o nome com o qual Simmons fora batizado: Alois Szymanski. Por conta dos seguidos erros de pronúncia de seu nome, após ver uma propaganda da Simmons Hardware Company, Alois resolveu adotar esse como seu segundo nome. Nascia Al Simmons.
Em casa, todavia, Al enfrentava violenta resistência de seu pai quanto a seguir a carreira de jogador de baseball. Inclusive, Simmons fora espancado certa feita. Mas diante da insistência do filho em continuar jogando, o senhor Szymanski resolveu dar uma trégua para Al, porém, com uma condição: a de que ele se tornasse um dos melhores jogadores.
Aloysius Harry Simmons, nascido em 22 de maio de 1922, em Milwaukee, cumpriria fielmente a condição imposta por seu pai.
Philadelphia Athletics
Um dos mais temidos rebatedores de seu tempo, grande jogador do campo externo esquerdo, Al Simmons era um dos jogadores mais temidos do time do histórico Connie Mack, recordista de vitórias, derrotas e de jogos como manager. O Philadelphia Athletics do fim dos anos 1920 e início dos anos 1930 foi um dos times mais fortes já vistos na MLB.
Durante seus primeiros nove anos, de 1924 a 1932, todos com os Athletics, Al Simmons liderou todos os rebatedores da MLB com 1.796 rebatidas sendo 343 duplas. Além disso, ele foi o segundo melhor em corridas impulsionadas, 1.157. Os home runs foram 208, o que deixava Al atrás apenas de Babe Ruth, Lou Gehrig e Hack Wilson. Durante esse período, Simmons rebateu para média de .358, com um slugging de .590 em 5.019 rebatidas, terminando em segundo lugar na votação de MVP e entre os 10 melhores jogadores outras quatro vezes.
Um dos jogadores favoritos de Connie Mack, Al Simmons foi a força motriz do Athletics três vezes campeão da American League (AL), entre 1929 e 1931. Além disso, Simmons foi o melhor rebatedor da AL em 1930 (.381) e 1931 (.390). Durante a temporada de 1925, Al Simmons foi o recordista de rebatidas entre os destros: 253. Todo esse sucesso foi recompensado com dois títulos de World Series: 1929, contra o Chicago Cubs, e 1930, contra o St. Louis Cardinals.
Al ainda passaria pelo Philadelphia Athletics por outras duas vezes (1940-1941 e 1944), com uma estada rápida no Boston Red Sox (1943) entre elas. Mas já no ocaso de sua carreira ele não repetiria o sucesso de outrora.
Sucesso individual
A partir de 1933, Al Simmons se tornou uma espécie de cigano do baseball. Embora tenha conseguido brilhar em alguns momentos, ele nunca mais alcançaria o encanto de seus primeiros anos de Athletics, sobretudo coletivamente. O sucesso individual na sua passagem pelo Chicago White Sox, onde ele esteve de 1933 a 1935, seguiu sendo seu poder ofensivo: média de .311, 14 home runs, 119 corridas impulsionadas em 200 rebatidas. A temporada de 1934 viu uma das últimas grandes atuações de Al. Ele rebateu para .344, com 18 home runs, 104 RBIs e 102 corridas anotadas em 138 jogos. Mas em 1935, último ano com os White Sox, seus números despencaram. A desapontante média de .267 – a primeira vez em 11 anos que Al não registrava média de pelo menos .300 –, 16 home runs e 76 corridas impulsionadas em 128 partidas. Era o momento de buscar novos rumos.
Sua chegada ao Detroit Tigers, em 1936, veio acompanhada de brilho. Al Simmons voltava a ter médias superiores a .300 (.327). Embora não tenham sido muito home runs, 13, Al contribuiu muito com 112 corridas impulsionadas e 96 anotadas. Logo, aquele sucesso despertou interesse dos Senators, onde Simmons esteve nas temporadas 1937 e 1938.
Uma temporada de 1937 decepcionante (.279, 8 HR e 84 RBIs). Mas em 1938 as coisas voltaram ao seu lugar. Al teve uma temporada estelar: média de .302, com 21 home runs e 95 RBI em apenas 125 jogos pelo Washington. Seus 21 home runs naquela temporada deram a ele a honra de ser o primeiro jogador a atingir 20 home runs em uma única temporada pelos Senators.
Aposentadoria
Nos último cinco anos de sua carreira Al Simmons passaria por Boston Braves (1939), Cincinnati Reds (1939), Philadelphia Athletics (1940-1941), Boston Red Sox (1943) e, novamente, Philadelphia Athletics (1944), onde ele definiu sua aposentadoria.
No final de sua carreira de jogador, Simmons estabeleceu uma meta de alcançar 3.000 rebatidas. Mas ele não chegaria a essa marca por míseras 73 rebatidas. Ele lamentou as vezes em que deixou de jogar por conta de uma ressaca ou porque deixou um jogo mais cedo para poder “curtir” a vida noturna das cidades onde estava jogando.
Orgulhoso de sua ascendência polonesa, Simmons, já como técnico, aconselhou outro jogador com suas mesmas origens. Al disse para o jovem Stan Musial:
“Nunca relaxe em qualquer batida; nunca perca um jogo que você pode jogar ”.
Hall da Fama
Após sua aposentadoria, Al Simmons foi técnico no Philadelphia Athletics de Connie Mack, de 1945 a 1949, e no Cleveland Indians, em 1950.
Ao fim de sua carreira Simmons sustentou média de .334, com 2.927 rebatidas, 1.5007 corridas anotadas, 1.828 impulsionadas e 307 home runs. Em 19 jogos de World Series, ele atingiu média de .329, com seis home runs, 17 RBIs e 15 corridas marcadas. É unânime a opinião de que Al Simmons foi um dos maiores rebatedores da MLB.
Poucos dias após completar 54 anos de idade, Al foi acometido de um infarto fulminante e morreu em Milwaukee. Dentre as honrarias recebidas por ele estão eleição para o Wisconsin Athletic Hall of Fame, em 1951, e para o National Polish-American Sports Hall of Fame, já após sua morte, em 1975. Uma placa com seu nome também pode ser vista no Philadelphia Baseball Wall of Fame, localizado no Citizens Bank Park, atual casa dos Phillies.
Mas a maior de todas as láureas veio com sua indicação para o Hall da Fama do Baseball em 1953. O tamanho de Al Simmons está expresso nas palavras de seu manager e admirador, Connie Mack
“Quem me dera ter nove jogadores chamados Al Simmons”.