Hall da Fama: Bob Gibson

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Este texto sobre Bob Gibson faz parte da série ‘Hall da Fama’ em que contamos a história de alguns de seus membros. Toda terça-feira uma estrela será apresentada.

Pack Robert Gibson, Bob Gibson, nasceu em Omaha, Nebraska, em 09 de novembro de 1935. Como disse Stan Musial, seu companheiro nos Cardinals,

“Gibby é um dos maiores competidores do baseball”.

Mas mais do que isso, Bob Gibson talvez tenha sido o mais temido arremessador da história do baseball. Gibson foi nomeado nove vezes um All-Star; venceu duas World Series (1964 e 1967) com o St. Louis Cardinals. Ainda mais, Bob foi Cy Young na National League (NL) em 1968 e 1970. Na temporada de 1968, ele ainda foi nomeado o MVP. Bob Gibson apavorava seus adversários.

Antes do baseball

Gibson estudou na Omaha Technical High School, onde atuou nos times de atletismo, basquete e baseball. No entanto, por conta de problemas de saúde reincidentes, ele precisava da permissão de um médico para competir nos esportes do ensino médio devido a um problema cardíaco que ocorreu concomitantemente com um surto de crescimento rápido. Gibson foi nomeado para o time de basquete All-State durante seu último ano do High School. Depois disso, Bob recebeu uma bolsa integral de atletismo e basquete na Creighton University. Mas quem deve lamentar até hoje é a Universidade de Indiana, que recusou Bob Gibson alegando que sua cota de atletas negros já estava totalmente preenchida.

Logo depois de sua graduação em Creighton, Gibson teve uma primavera de 1957 bastante movimentada. Ele se casou. Além disso, Bob despertou interesse do Harlem Globetrotters e do St. Louis Cardinals. Mas um bônus contratual de $3.000,00 o atraiu para os Cards. Embora tenha assinado com o time de baseball, Bob Gibson passou todo o ano de 1958 jogando basquete junto com os Globetrotters.

A vida no baseball

Gibson se juntou ao elenco principal dos Cardinals no começo da temporada 1959. Sua estreia aconteceu em 15 de abril como reliever. Mas logo depois ele foi mandado para o Omaha Cardinals, time de minor de St. Louis.

No entanto, em 30 julho daquele ano Bob Gibson retornaria ao STLFly para fazer seu primeiro jogo como starter, além de registrar sua primeira vitória na carreira. A temporada seguinte, 1960, foi bem parecida para Bob Gibson. Alternando entre a MLB e as minors, ele arremessou apenas nove entradas pelo St. Louis Cardinals. No Rochester Red Wings, afiliado de Triple-A dos Cards, Gibson registrou um 3-6 com um ERA de 5.61.

Bob Gibson no montinho.
Gibby.
Fonte: Sports Illustrayed

Logo depois disso, Gibson foi para a Venezuela participar da liga de inverno do país e concluiu a temporada de 1960 por lá. A temporada de 1961 foi mais um sobe e desce para Bob Gibson. Ele chegou a alegar que essa instabilidade era por conta do racismo do manager dos Cardinals, Solly Hemus.

Mas as coisas mudariam quando Hemus foi substituído como manager dos Cardinals em julho de 1961 por Johnny Keane, que já havia trabalhado com Gibson no Omaha Cardinals. De pronto Keane efetivou Gibson como integrante da rotação inicial. O resultado da boa relação de Bob com o seu novo-velho manager não demorou a aparecer. Gibson fechou 1961 com um recorde de 11–6 no restante do ano e registrou um ERA de 3.24 para a temporada inteira.

Luta contra o racismo

Mas a luta de Bob não se restringiu ao campo. Juntamente com seus companheiros de time Bill White e Curt Flood eles iniciaram um movimento pelos direitos civis reivindicando que todos os jogadores convivessem no mesmo vestiário e ficassem hospedados no mesmo hotel. Com isso, o St. Louis Cardinals se tornou o primeiro time esportivo a acabar com a segregação, três anos antes o presidente Lyndon B. Johnson assinar a lei conhecida como “Great Society“, em 1964.

O início do auge

Na temporada de 1962 Gibson teve 15 vitórias. Era o início do auge em sua carreira. Ele venceu 18 jogos em 1963 e 19 na temporada em que os Cardinals faturaram a World Series (1964). Mas o que marcou essa campanha para Bob Gibson foi a reta final da temporada. Ele foi 9-2 em suas 11 partidas finais. Durante World Series contra os Yankees, ele venceu o jogo 5 no Yankee Stadium e o sétimo jogo no Busch Stadium, com apenas dois dias de descanso. Gibson foi nomeado MVP daquela World Series.

Tanto em 1965 como em 1966 venceu 20 partidas. Além disso, em 1965 ele recebeu o primeiro de nove prêmios consecutivos de Gold Glove de sua carreira. No entanto, uma lesão no tornozelo em julho de 1967 desacelerou seu recorde de vitórias para um 13-7. Embora as três vitórias na reta final da temporada tenham sido fundamentais para dar aos Cards a conquista da National League novamente.

De novo na World Series, Bob Gibson teve três vitórias (jogos 1, 4 e 7), registrou um ERA absurdo de 1.00 contribuindo para a vitória dos Cardinals sobre o Boston Red Sox. Mais uma vez Gibson foi nomeado o MVP da World Series.

A temporada de 1968

Mas foi a temporada de 1968 que confirmou todo o brilhantismo e superioridade de Bob Gibson. Essa temporada ficou conhecida como “The Year of the Pitcher” (O ano do Arremessador). E foi Bob Gibson certamente o arremessador do ano, com um recorde de 22-9 e um ERA mesmerizante de 1.12. Some-se a isso 268 strikeouts, 13 shutouts, 15 vitórias consecutivas e o período de 95 entradas em que ele cedeu apenas duas corridas. Na World Series disputada contra o Detroit Tigers em sete partidas, Gibson venceu os jogos 1 e 4. Mas na sétima e decisiva partida as coisas não foram bem para Bob. Apesar do jogo completo, ele cedeu quatro corridas. Os Tigers de Al Kaline riram por último.

Tanta dominância garantiu a Bob Gibson o prêmio de Cy Young de 1968, além do MVP da National League. Mas talvez o reconhecimento maior tenha vindo da medida que a MLB tomou ao diminuir a altura do montinho para a temporada de 1969 e, com isso, tentar reduzir o poderio dos arremessadores.

Bob Gibson foi o arremessador no "Ano do Arremessador".
O ano do arremessador.
Fonte: WNYC

Gibson ainda ganharia outro prêmio de Cy Young, em 1970. Além disso, ele lançou um no-hitter contra o Pittsburgh Pirates, em 1971. No entanto, as lesões começavam a incomodar. Mas nem mesmo as dores e o desgaste físico impediram Gibson de fechar as temporadas de 1973 e 1974 com um recorde de vitórias de dois dígitos.

Hall da Fama

A aposentadoria de Bob Gibson veio em 1975. Seus 17 anos com os Cardinals renderam 251 vitórias, 3.117 strikeouts, 56 shutouts e um ERA de 2.91. Mais tarde, ele ainda atuou como treinador de arremessadores no New York Mets, no Atlanta Braves e no seu St. Louis Cardinals.

Bob foi eleito para o Hall da Fama em 1981 e para o MLB All-Century Team em 1999. Joe Torre, companheiro de equipe de Bob de 1969 a 1975, disse:

“Orgulho, intensidade, talento, respeito, dedicação. Você precisa de todos eles para descrever Bob Gibson”.

Bob Gibson faleceu em 2 de outubro de 2020. A lenda fica para sempre!

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