Hall da Fama: Iván Rodríguez

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Este texto sobre Iván Rodríguez faz parte da série ‘Hall da Fama’ em que contamos a história de alguns de seus membros. Toda terça-feira uma estrela será apresentada.

Iván Rodríguez Torres, apelidado de “Pudge” (expressão para pessoa atarracada), nasceu em Manatí, Porto Rico, em 27 de novembro de 1971. Um catcher extremamente poderoso no ataque e sensacional defensivamente, Pudge contraria as outras estrelas que já passaram pela nossa série “Hall da Fama”. Por quê?

Rodríguez passou por seis equipes, sendo que nos Texas Rangers foram duas passagens. Mas isso só mostra sua fundamentalidade por onde jogou. Se foi pelo time dos Rangers que ele cravou sua marca na MLB, no Florida Marlins (hoje Miami Marlins) ele ganhou uma World Series, a de 2003.

Pudge esteve por 21 anos nas Majors. Mas o início no baseball aconteceu logo aos 8 anos de idade. Ele começou na Little League como arremessador e homem de terceira base. Mas por preferências de seu pai, Iván foi jogar como catcher. Durante seu tempo na Lino Padron Rivera High School, Rodríguez foi logo percebido por Luis Rosa, scout da MLB, que disse:

“Ele mostrou liderança aos 16 anos algo que eu tinha visto em poucas crianças. Ele sabia aonde queria chegar”.

E foi então que, em 1988, Iván “Pudge” Rodríguez assinou um contrato com o Texas Rangers e deu o primeiro passo na sua carreira profissional.

A explosão nas minors

Em 1989, logo no seu primeiro jogo pelo Gastonia Rangers, afiliado do Texas nas minors, Iván deixou claro o que ele entregaria na MLB por mais de 20 anos. Foram três rebatidas em três aparições no plate. Mas se seu impacto foi instantâneo, no ano seguinte, na Florida State League (FSL), atuando pelo Charlotte Rangers, Iván Rodríguez foi escolhido o melhor catcher e nomeado para o All-Star Game da liga.

No top 15 de rebatedores da FSL, Pudge liderou seu time em corridas impulsionadas (55). Durante a offseason ele disputou a Liga de Béisbol Profesional Roberto Clemente (Porto Rico), onde recebeu seu apelido.

“Ganhei meu apelido logo no primeiro dia de acampamento. Chino Cadahia, bench coach dos Rangers, me deu esse nome. Ele viu que eu era baixo e atarracado, então, desde o primeiro dia, ele começou a me chamar de “Pudge“. O apelido pegou, e o resto é história”.

No começo da temporada de 1991 Iván jogou pelo Tulsa Drillers (hoje afiliado do Los Angeles Dodgers). Em 175 idas ao bastão Rodríguez registrou médias de .274. Mas já no meio daquela temporada ele saltou a Triple-A e estreou pelo Texas Rangers.

Na MLB

Em 1991, Rodríguez era considerado um dos melhores prospectos do baseball. Mas não só isso,  seu braço era uma arma fatal e seguramente o melhor entre os catchers da MLB.

Sua estreia com o Rangers aconteceu em 20 de junho de 1991. Pouco mais de meia temporada foi suficiente para colocá-lo em quarto lugar na votação de novato do ano. Sua média foi de .264, com 3 HRs e 27 RBIs em 88 jogos. Entretanto, foi defensivamente que Iván Rodríguez solidificou sua imagem, ao eliminar 49% dos jogadores que tentaram roubar base.

Pudge.
Fonte: Sports Illustrated

Já em 1992 Iván conseguiu o primeiro de 13 prêmios de Luva de Ouro. Desses, 10 foram consecutivos (1992-2001). Mas seu poder ofensivo também foi reconhecido. Foram sete prêmios de Silver Slugger, seis deles em sequência (1994-1999). Além disso, por oito temporadas seguidas (1995-2002) Rodríguez rebateu acima de .300, com pelo menos 20 HRs em cinco delas.

Toda sua excelência foi consolidada na temporada de 1999. Nesse ano ele foi o MVP da American League (AL) com médias de .332, 35 HRs, 113 RBIs, 116 R e 25 bases roubadas. Ele se tornou apenas o oitavo catcher da história a anotar, pelos menos, 100 corridas e impulsionar outras 100 em uma única temporada.

Mas 2000 reservaria a Pudge um revés. Contra os Angels ele teve uma lesão que determinou o fim daquela temporada. Foram apenas 91 jogos naquele ano, o menor número de jogos que ele disputou desde o início de sua carreira na MLB. Ainda assim, ele foi eleito para o time de All-Stars da AL. No entanto, os 9 HRs que ele rebateu em abril daquela temporada o colocou junto com Alex Rodríguez , Carl Everett e Ian Kinsler para o maior número de HR rebatidos por um jogador dos Rangers em um único mês.

World Series e a vida cigana na MLB

Iván Rodríguez deixou os Rangers como free agent após a temporada de 2002, assinando um contrato de um ano com o Florida Marlins. E lá ele provou ser a peça que faltava para que os Marlins conquistasse sua segunda World Series. Rodríguez foi fundamental rebatendo para .297, com 16 home runs e  impulsionando 85 corridas. Pudge foi escolhido o MVP da NLCS.

Mas se sua primeira passagem nos Rangers foi de 12 anos, depois de chegar nos Marlins Iván se transformou em um cigano da MLB. Após sua bem-sucedida temporada na Flórida, Iván levou sua experiência para os Tigers, um time que havia perdido o recorde da Liga Americana de 119 jogos em 2003. Os Tigers venceram 29 jogos a mais em 2004 e Rodríguez rebateu para .334 conquistando seu sétimo e último prêmio de Silver Slugger.

Ivan Rodriguez
World Series.
Fonte: CBS Miami

No entanto, de patinho feio entre 2003-2005, o Detroit Tigers chegou à World Series de 2006, perdendo para os Cardinals em cinco jogos.

Rodríguez dividiu suas últimas três temporadas entre Yankees, Rangers, Astros e Nationals. Quando ele se aposentou após a temporada de 2011, ele tinha um total de 2.844 rebatidas – o recorde pra qualquer jogador da MLB que tenha atuado em pelo menos 50% de seus jogos como catcher.

Hall da Fama

Além disso, Iván Rodríguez esteve em 14 All-Star Games. Seu número #7 está retirado no Texas Rangers. Seu nome está no Hall da Fama dos Rangers. Mas não somente lá. Em 2017 ele foi eleito para o hall da Fama do Baseball, em Cooperstown.

Iván Rodríguez se aposentou em 2011 e deixou registrada uma média de .296, 311 home runs rebatidos, 572 rebatidas duplas, 1.354 corridas anotadas (a melhor marca entre catchers) e 1.332 impulsionadas. Ele também disputou o World Baseball Classic por Porto Rico em 2006 e 2009. Em ambos foi escolhido para o All-World Baseball Classic Team.

Senhoras e senhores, saúdem Iván “Pudge” Rodríguez!

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