Hall da Fama: Jim Thome

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Este texto sobre Jim Thome faz parte da série “Hall da Fama” em que contamos a história de alguns de seus membros. Toda terça-feira uma estrela será apresentada.

James Howard Thome, Jim Thome, nasceu em Peoria (Illinois), em 27 de agosto de 1970. Sua família deixou a ele o legado dos esportes. Os avós e o pai jogaram softball e seus dois irmão mais velhos jogaram baseball pela Limestone High School. Sobre o baseball Jim aprendeu com seu pai em uma quadra de tenis. Já o basquete veio em incursões de Thome nos guetos de Peoria, onde ele percebeu ser o único garoto branco na quadra. Mas essa diferença facilmente percebida trouxe a ele o entendimento sobre a importância do respeito aos seus companheiros.

Uma experiência no vestiário dos Cubs fez com que Jim Thome também entendesse o valor de cativar os fãs. Na tentativa malsucedida de conseguir um autógrafo de seu jogador favorito, Dave Kingman, Jim recebeu a atenção e os autógrafos de vários outros jogadores do Chicago.

Assim como seus irmãos mais velhos, Jim Thome estudou na Limestone High School, onde fez uma carreira bem-sucedida como shortstop. Mas Jim impressionava também no basquete, esporte pelo qual integrou, assim como no baseball, o All-State Team. Thome se graduou em 1988 e tinha esperanças de chamar atenção dos scouts da MLB. Mas seu físico pouco avantajado despertou interesses passageiros. Medindo 1,88m e pesando míseros 79Kg, Jim Thome era um franguinho. Muito pouco para uma Liga que tinha jogadores pesando em média 88Kg.

College e carreira profissional

Thome foi estudar na Illinois Central College, já que não havia sido draftado por nenhum time da MLB. Durante o college ele manteve sua relação com o basquete e o baseball. Mas no draft de 1989 ele foi escolhido pelo Cleveland Indians no 13º round. O mundo do baseball se abria para Jim Thome.

Jim começou sua carreira profissional no baseball atuando pelas minors dos Indians de 1989 a 1991. Mas sua primeira temporada não dava pista alguma do poderoso rebatedor que Thome viria a ser. Média de .237, nenhum home run e apenas 22 RBIs. Nada impressionante de fato. Mas o encontro com o guru de rebatedores Charlie Manuel mudaria o curso da história de Jim Thome na MLB. Charlie, depois, se tornaria manager e mentor de Jim.

Jim Thome.
Poderoso.
Fonte: Covering the Corner

Embora boa parte do staff dos Indians não tenha visto potencial no jovem jogador, Manuel apostou suas fichas naquele que seria um dos grandes rebatedores de força de 1994 até meados da primeira década dos anos 2000. Jim e Charlie trabalharam duro. E todo o esforço se pagou. Em 1990 Jim Thome rebateu para .340, foram 16 home runs, 50 corridas impulsionadas atuando nos níveis Rookie e Class A das minors.

Mas sua explosão veio na temporada 1991. Dividindo seu tempo entre a AA e a AAA, Jim rebateu para .319 de média. Os home runs foram pouco, sete apenas. Mas os 73 RBIs mostraram que Jim Thome estava pronto para as Majors.

Com força na MLB

A força e a potência de Jim Thome saltavam aos olhos mesmo em uma época da MLB em que as rebatidas poderosas eram o sustentáculo do baseball. Jim fechou sua carreira com 612 home runs, 1.747 walks e 1699 corridas impulsionadas. Apenas seis jogadores na história do baseball combinam para pelo menos 1.700 walks e 1.699 RBIs: Babe Ruth, Mel Ott, Ted Williams, Carl Yastrzemski, Barry Bonds e Jim Thome. Uma bela lista! E pensar que no início de sua carreira Jim enfrentou problemas com suas rebatidas.

Embora tenha jogado algumas partidas na temporada 1991, a estreia na MLB aconteceu, de fato, em 1992, pelo Cleveland Indians. Dois anos depois Jim se tornaria o terceira-base titular da franquia de Ohio. Thome fazia parte de um Indians recheado de jovens talentos como Kenny Lofton, Carlos Baerga, Albert Belle e Manny Ramirez.

Já em 1995 Jim era peça-chave no time dos Indians que chegou à World Series, depois de um jejum de 41 anos. Embora o jejum de títulos em Séries Mundiais ainda permaneça, naquela temporada Thome rebateu a .314, com 25 home runs e 73 corridas impulsionadas. Conquanto, nos tempos de Jim nos Indians, a World Series não tenha passado de um sonho pálido, já são 73 anos sem um título, Thome foi umas das maiores ameaças no bastão.

Jim Thome foi cinco vezes selecionado para o All-Star Game. Em 1996 ele foi premiado como Silver Slugger da American League (AL). Na temporada de 2002 ele levou o Roberto Clemente. Jim foi um jogador de um amor, os Indians, e muitas paixões: Phillies (2003-2005); White Sox (2006-2009); Dodgers (2009); Twins (2010-2011); e Orioles (2012). Ele ainda teria outras passagens por Cleveland (2011) e Phillies (2012).

Home runs e a volta por cima

E foi nos Phillies de 2003 que Jim Thome venceu o título de líder de home runs (47) da National League (NL). No White Sox ele recebeu o prêmio de Comeback Player of the Year na AL, quando rebateu a .288, com 42 home runs e 108 RBIs.

Sua imagem nos play-offs está marcada pelos quatro home runs contra os Yankees, na ALCS de 1998, e outros quatro contra o Red Sox, em 1999, pela ALDS. A World Series de 1997 talvez tenha sido, em termos de conquistas, a maior esperança e a maior dor na carreira de Jim. A derrota em sete jogos para um surpreendente Florida Marlins (atual Miami Marlins) fez um título dado por muitos como certo para Cleveland escorrer como areia entre os dedos.

Em 1996 Jim foi movido para a primeira-base dos Indians, depois que o time trouxe Matt Williams para ser o 3B titular. Mas a mudança de posição não significou qualquer mudança nas atuações de Thome. De 1996 a 2002, Jim Thome mesmerizou a AL com pelo menos 100 corridas impulsionadas em seis de sete temporadas. Além disso, ele liderou a MLB em walks por três vezes.

Mudança de ares

Após uma temporada de 52 home runs em 2002, que teve Jim liderando a AL em OBP com uma marca de .677, ele assinou um contrato de seis anos como free agent com os Phillies. Thome rebateu 47 home runs em 2003 e mais 42 em 2004. No entanto perdeu a maior parte da temporada de 2005 devido a uma lesão no cotovelo.

Mas Thome não cumpriu seu contrato integralmente com o Philadelphia. O jovem Ryan Howard se preparava para assumir a primeira base. Então os Phillies trocaram Thome com o White Sox após a temporada de 2005. Em Chicago, Thome anotou 134 home runs em quatro temporadas. No ocaso de sua carreira, Jim Thome atuou como um rebatedor de aluguel por Dodgers, Twins e Orioles, bem como pela segunda vez com os Indians e Phillies.

Jim Thome Activated; Phillies Option Pete Orr - MLB Daily Dish
Pelos Phillies.
Fonte: MLB Daily Dish

A jornada de Jim Thome dava pistas a ele próprio de que algo especial o aguardava. No fim do arco-íris não estava um pote de ouro. Talvez nem fosse isso o que Jim almejasse. Com seu pai, em 2008, Thome visitou o Hall da Fama, em Cooperstown, para doar a bolinha de seu 500º home run, rebatido em 16 de setembro de 2007, na vitória de 9-7 sobre os Angels. Era àquele lugar que Jim sentiu que sua história pertencia.

Aposentadoria e Hall da Fama

Sua aposentadoria veio ao fim da temporada 2012. Ao deixar os campos Jim Thome tinha um total de 1.583 corridas anotadas, 612 home runs e 1.699 RBIs. Somente ele e outros sete jogadores na história da MLB ostentam a marca de, pelo menos, 500 home runs, um OBP de .400 e um slugging de .550: Bonds, Ruth, Williams, Manny Ramirez, Mickey Mantle, Frank Thomas e Jimmie Foxx. Mais uma outra prateleira para poucos e que Jim ocupa. Embora nunca tenha sido nomeado MVP, ele terminou entre os 10 mais votados por quatro vezes.

Seus 13 home runs de walk-off são um recorde na MLB.

Em 2018 o pote de ouro no fim do arco-íris de Jim Thome chegou: ele foi eleito para o Hall da Fama com 89.8% dos votos.

Sua camisa 25 está retirada pelos Indians. Seu nome também figura no Cleveland Indians Hall of Fame e no Philadelphia Phillies Wall of Fame.

Seu companheiro de time nos tempos de Minnesota Twins, Michael Cuddyer, resume bem o espírito competitivo de Jim,

“Ele é o cara mais legal e gentil que você já conheceu … para tudo, menos durante um jogo de baseball”.

Jim Thome, senhoras e senhores!

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