Este texto sobre Johnny Bench faz parte da série “Hall da Fama” em que contamos a história de alguns de seus membros. Toda terça-feira uma estrela será apresentada.
Johnny Lee Bench nasceu em Oklahoma City, em 7 de dezembro de 1947. Sua vida na MLB foi toda no Cincinnati Reds, de 1967-1983. Durante esse tempo, Bench acumulou títulos, prêmios, marcas e estabeleceu padrões para a posição de catcher.
Originário do povo Choctaw, durante o High School Bench jogava basquete e seu brilhantismo o colocou na posição de orador da turma no dia da formatura. Embora fosse o basquete seu esporte primário, seu pai acreditava que ele poderia ser um jogador da MLB. E o convenceu a se colocar como catcher, já que, na impressão do pai, essa era a posição que proporcionava uma chegada mais rápida à Major League.
E foi assim que, aos 17 anos, Johnny Bench foi selecionado pelos Reds na posição 36 do draft de 1965. De 1966 a 1967 Bench jogou no Buffalo Bisons, das minors de Cincinnati. Não demoraria para que ele fizesse a MLB. Mas já no fim da temporada de 1967, em agosto, ele foi chamado para integrar os Reds. De cara, como cartão de visitas, Bench rebateu um Grand Slam sobre Jim Palmer, que jamais permitiria outro Grand Slam em 19 anos de carreira.
Embora tenha conseguido essa impressiva rebatida sobre um dos maiores arremessadores de todos os tempos, a temporada de Bench, ofensivamente, foi de apenas .163. Mas sua capacidade defensiva e seu braço extremamente forte impressionaram. Ted Williams havia dito a Johnny Bench que ele seria “um membro do Hall da Fama com certeza”.
Big Red Machine
Johnny Bench foi membro de um dos mais icônicos times da história do Baseball: a Big Red Machine, o Cincinnati Reds dos anos 1970. Junto com Pete Rose, Joe Morgan e Tony Pérez eles formaram uma das mais dominantes equipes da MLB. Johnny Bench era o catcher dessa “Máquina”.
Mas Bench não era um apenas catcher, senão que ele fora considerado o “maior catcher do baseball”. Como membro da Big Red Machine, Bench revolucionou a posição de várias maneiras e definiu o padrão para futuras gerações de catchers ao ganhar 10 Luvas de Ouro consecutivas. Um braço forte e constante fizeram dele um defensor formidável atrás do home plate. Mas suas rebatidas o tornariam ainda mais perigoso. Foram 389 home runs e 1.376 RBIs, recordes do Cincinnati Reds.
Líder desse time lendário, Bench foi fundamental para as conquistas consecutivas de World Series, 1975-1976. Além das duas vencidas, Bench e os Reds também estiveram em outras duas Séries Mundiais: 1970 e 1972. Durante toda a década de 1970 poucos foram os anos em que Cincinnati não brigou por algum título. E nesse tempo o que Johnny Bench mais fez foi acumular prêmios individuais.
Uma carreira premiada
De sua temporada como rookie, 1968, até a aposentadoria, 1983, Johnny Bench teve uma carreira premiada. Já em 1968 ele se tornou o primeiro catcher a receber o prêmio de Rookie of the Year. Nos 154 jogos em que esteve atrás do plate, Bench teve um percentual de fielding de .991. Ele também terminaria como o terceiro jogador do time com mais home runs (15) e 82 corridas impulsionadas. Além disso, ainda em 1968, Johnny Bench iria para o seu primeiro, de 14, All-Star e ganharia sua primeira, de 10, Gold Glove.
Mas não demoraria muito para que o prêmio de MVP chegasse. Em 1970 veio o primeiro e em 1972 o segundo. Nessas duas temporadas Bench liderou a MLB em home runs e corridas impulsionadas. Foram 45 HR e 148 RBI, em 1970, e 40 HR e 125 RBI em 1972. Esses feitos colocaram Johnny Bench no mesmo patamar de Roy Campanella com os dois únicos catchers da história da MLB a vencerem mais de um prêmio de MVP. Além disso, nas temporadas em que Bench foi MVP, os Reds também venceriam os títulos da National League (NL).
Johnny Bench lideraria a MLB por três vezes em corridas impulsionadas. Além das duas como MVP, 1970 e 1972, em 1974 ele impulsionaria 129 corridas. Nessa temporada Bench seria mais uma vez um All-Star e levaria outra Luva de Ouro. Nos títulos de World Series Johnny também levaria o Babe Ruth Award, em 1976, concedido ao MVP da Série Mundial.
Fim da carreira e Hall da Fama
Johnny Bench declararia o fim de sua carreira em 1983. Nessa temporada ele ainda seria um All-Star. De sua brilhante e galardoada carreira ele também recebeu o Lou Gehrig Award, concedido ao jogador que dentro e fora de campo melhor exemplificou o caráter de Lou Gehrig. Além disso, Bench também ganhou, em 1981, o The Hutch Award, entregue ao jogador escolhido por cada time da MLB como aquele que melhor representa o espírito de luta do lendário Fred Hutchinson.
Não bastassem os diversos prêmios, Johnny Bench também foi o pioneiro no uso das luvas articuladas para catcher. À suas 10 Gold Gloves consecutivas se juntaria a um prêmio pelo conjunto da obra: o All Time Gold Glove Team.
Durante as três últimas de suas temporadas, Johnny Bench ficou atrás do plate por apenas 13 jogos tendo sido movido para as esquinas do infield (1B/3B). Na noite de seu último home run, em 17 de setembro de 1983, na casa dos Reds, o Riverfront Stadium, foi declarada a “Johnny Bench Night”. Embora tenha sido derrotado pelos Astros – afinal, os Reds já não eram mais uma máquina –, a rebatida de Bench foi saudada com uma ovação e muita comemoração por parte de seus companheiros de time.
Uma carreira com essa profusão de títulos e prêmios só poderia desaguar no Hall da Fama do Baseball, como havia previsto Ted Williams. Em 1989 Johnny Bench foi elevado ao panteão dos maiores do seu esporte. O Cincinnati Reds retirou a camisa #5 de Bench, além de tê-lo colocado no Hall da Fama da própria franquia. Johnny integra, também, o Major League Baseball All-Century Team e o Major League Baseball All-Time Team.
“Quando Bench joga, todo o mundo do baseball baba”.
Harry Dalton
Johnny Bench, amigas e amigos!