Este texto sobre Tony Pérez faz parte da série “Hall da Fama” em que contamos a história de alguns de seus membros. Toda terça-feira uma estrela será apresentada.
Cuba é um país tradicional no baseball (béisbol). A Ilha já deu muitos grandes jogadores à MLB: Minnie Miñoso, Luis Tiant, Tony Oliva, os irmãos Livan e Orlando “El Duque” Hernandez, dentre muitos outros. Nosso personagem da série “Hall da Fama” também é um filho de Cuba: Atanasio “Tony” Pérez Rigal, nascido em Ciego de Ávila, em 14 de maio de 1942.
Sua longa carreira na MLB se estendeu por 23 anos. Pelo Cincinnati Reds foram duas passagens: de 1964 a 1976 e de 1984 a 1986. Além dos Reds, Pérez também atuou no Montreal Expos (1977-1979); Boston Red Sox (1980-1982); e no Philadelphia Phillies (1983). Embora toda sua carreira tenha sido de muito sucesso, é inegável que a primeira passagem por Cincinnati foi a mais brilhante.
Big Red Machine
Tony Pérez foi membro de um dos mais icônicos times da história do Baseball: a Big Red Machine, o Cincinnati Reds dos anos 1970. Junto com Pete Rose, Joe Morgan e Johnny Bench eles formaram uma das mais dominantes equipes da MLB. Pérez era o primeira base dessa “Máquina”. Mas Tony não era apenas um homem de primeira base, senão que ele fora um dos grandes impulsionadores de corridas do “Passatempo Nacional”. Suas 1.625 corridas impulsionadas deixam claro o grande rebatedor que era Tony Pérez. Como disse Pat Corrales, colega de time de Tony,
“Pete (Rose) teria suas 200 rebatidas e (Johnny) Bench faria seu trabalho. Mas Tony mandaria bolas por todos os lados, impulsionando suas 100 corridas todos os anos. Você veria nas notas no final das notícias do jornal – ‘Ah, a propósito, Pérez rebateu um home run de três corridas para ganhar o jogo”.
Carismático, Pérez foi importante para as conquistas consecutivas de World Series, 1975-1976. Além das duas vencidas como jogador, Tony também venceria uma Série Mundial como técnico de primeira base e de rebatedores do Cincinnati Reds em 1990. Durante toda a década de 1970, poucos foram os anos em que Cincinnati não brigou por algum título. E nesse tempo o que Tony Pérez mais fez foi anotar e impulsionar corridas.
Um influenciador
Depois de deixar Cuba nos anos 1960, quando trabalhava numa fazenda de cana de açúcar, Tony se tornou um influenciador para outros jogadores de origem latina que jogaram com ele. Nas palavras de Pete Rose,
“Tony era um tipo paternal no vestiário, especialmente para os jogadores latinos. Eles o admiravam e se relacionavam com ele por meio de sua formação e idioma”.
Embora nunca tenha vencido um prêmio de MVP, Pérez esteve entre os 10 melhores da MLB por quatro temporadas: 1967, 1969, 1970 e 1973. Especialmente em 1970 Tony teve uma grande jornada. Ele terminou aquela temporada com média de .317, 40 home runs, 129 RBIs e 103 corridas anotadas. Mas não foi suficiente e ele ficou em terceiro para MVP da National League (NL). Mas se não veio o MVP de temporada, as seleções para o All-Star Game foram sete: 1967-1970 e 1974-1976. E foi justamente em seu primeiro All-Star, em 1967, em que ele rebateu o home run da vitória do time da NL e recebeu o prêmio de MVP daquele jogo.
Pérez sairia dos Reds para o Montreal Expos na temporada de 1977 ficando na franquia canadense até 1979. Ele ainda jogaria no Boston Red Sox de 1980 a 1982. Mas seria no Philadelphia Phillies, em 1983, a equipe em que ele teria mais sucesso – mas não como o que teve com os Reds. Nos Phillies Tony se reencontrou com dois de seus grandes companheiros de Big Red Machine: Joe Morgan e Pete Rose.
Pela equipe da Pensilvânia Pérez chegaria a mais uma World Series. Mas os Phillies não seriam páreos para o Baltimore Orioles de Cal Ripken Jr e Jim Palmer, e seriam derrotados por 4-1. Embora fosse ainda um rebatedor temido, Tony Pérez foi reserva dos Phillies durante a World Series, tendo rebatido para .242.
Fim da carreira e Hall da Fama
Tony Pérez voltaria ao Cincinnati Reds para mais três temporadas: de 1984 a 1986. Lá onde tudo começou ele decretaria o fim de sua carreira. Foram 23 anos profícuos. Em sete temporadas Tony impulsionou mais de 100 corridas. A média final de rebatidas foi de .279; os home runs foram 379.
A indicação para o Hall da Fama do Baseball veio no ano 2000. Além disso, em 1998, ele também foi colocado no Hall da Fama do Cincinnati Reds. Mais, sua camisa 24 foi retirada pela franquia de Ohio. Mas as honras a Tony Pérez não param por aí. O Hall da Fama do Hispanic Heritage Baseball Museum também tem o nome de Pérez em destaque.
Como bem recordou Johnny Bench sobre o caráter da presença de Tony Pérez entre os jogadores dos Reds,
“Tony lançou uma rede sobre toda a equipe com sua atitude. Ele estava sempre ligado, sempre com senso de humor”.
Um viva a Tony Pérez!