Com o fim da pausa do Jogo das Estrelas, que marca a metade da temporada da MLB, é hora de olharmos para os próximos meses e analisar a corrida para os playoffs. Sendo assim, vamos analisar quem foram os principais destaques da MLB até agora!
Melhor time: Atlanta Braves
Como projetado no começo da temporada, os Braves são a melhor equipe do beisebol. À primeira vista, foram ofuscados pelo começo meteórico dos Rays. Todavia, a franquia de Atlanta terminou a primeira metade da temporada com a melhor classificação em toda liga – vencendo justamente os Rays em uma das últimas séries.
Ao mesmo tempo que acumulam vitórias, os Braves também empilham números assustadores. Até o meio da temporada rebateram 169 Home Runs liderando a MLB. Com essa marca, a equipe da Geórgia quebrou o recorde anterior de 167 do Minnesota Twins.
A dominância fica ainda mais evidente quando se olha os números da temporada em comparação com as outras franquias. Os Braves lideram a MLB com Home Runs a mais do que os Dodgers, que vem logo atrás. Sob o mesmo ponto de vista, são uma das três melhores equipes em número de rebatidas, corridas impulsionadas, corridas anotadas, média de rebatidas, chegada em base, slugging e OPS.
Incontestavelmente os Braves são uma força indomável no bastão. Some isso ao fato de que eles também são o time com menor ERA combinado da liga.
Pior time: St. Louis Cardinals
Antes de mais nada, os Cardinals não são necessariamente a pior campanha da liga, mas certamente a franquia mais decepcionante de toda a MLB no ano de 2023. Depois que dois jogadores figuraram entre os três melhores da conferência na última temporada, havia uma boa expectativa. Em seguida, adições em seu lineup certamente aumentaram as esperanças do torcedor. Nenhuma delas foi alcançada pelos Cardinals – talvez, apenas o receio de que sua rotação não fosse boa o suficiente.
Os Cardinals falham em fazer coisas básicas e apesar dos excelentes rebatedores que a equipe tem, não consegue vencer. Apesar do começo pavoroso nas métricas ofensivas, hoje St. Louis figura entre as dez melhores franquias em algumas estatísticas. Contudo, ainda não consegue vencer e amarga a última colocação de sua divisão. No momento, estão 11 jogos atrás do primeiro colocado.
Havia muitas críticas ao corpo de arremessadores dos Cardinals. Nesse sentido, era esperado que a equipe o melhorasse na janela de trocas no meio da temporada. Contudo, os Cardinals chegam em uma situação tão complicada que não fica claro se valerá a pena ser comprador este ano. Em termos de números, são uma das piores franquias em ERA, rebatidas e corridas cedidas – apesar de ser o time que menos cedeu Home Runs.
Surpresa: Miami Marlins
Na última temporada os Marlins ficaram famosos por não proporcionar suporte de corridas para seu Ace, Sandy Alcantara, – que apesar de tudo isso foi Cy Young na Liga Nacional. O começo de 2023 parecia ir pelo mesmo caminho. Apesar de Luis Arraez chegar em base todos os jogos, não haviam mais rebatidas para o impulsionar de volta para o home plate. Em dado momento do primeiro mês, as estatísticas de rebatida dos Marlins sem Luis Arraez figuravam entre as priores da liga.
Contudo, o verão chegou em Miami e com ele outras andorinhas em auxílio de Arraez. Hoje os Marlins contam com a terceira melhor média de rebatida na liga, sendo a segunda franquia que mais rebateu bolinhas essa temporada. É óbvio que esses números seguem inflados pelo venezuelano, mas ainda assim impressionam.
Para ratificar o sucesso na temporada os Marlins decerto irão precisar que Sandy Alcantara recupere o desempenho do último ano. Assim como para os Cardinals, a janela de trocas será de vital importância para os Marlins, que enxergam um faminto Philadelphia Phillies em seu retrovisor, que devem se movimentar para buscar uma vaga no Wild Card.
Destaques individuais da MLB
Luis Arraez
Como foi denominado recentemente, Luis Arraez é o melhor jogador de beisebol da década de 80 em atividade. Indo totalmente de encontro à era de potência que nos encontramos, o venezuelano não se importa em colocar a bolinha para fora do estádio – são apenas 3 Home Runs na temporada. O que impressiona é a facilidade que sempre teve em colocar a bola em jogo – em toda sua carreira, Arraez tem uma média de rebatidas em 32%.
Nesta temporada persegue uma marca ousada, mas que a cada semana parece um pouco menos impossível. Rebater 40% em uma temporada, feito pelo qual Ted Williams é reconhecido.
Apesar de consistência ser a palavra que define a carreira de Arraez, 2023 parece ser um ano mágico. Após ser trocado para os Marlins, o segunda base viu a consolidação do posto de franchise player. Precisou de pouco tempo para rebater o primeiro ciclo da história de Miami e, com números assustadores nessa temporada, lidera os Marlins na busca pelos Playoffs.
Ronald Acuña Jr.
Aqui chegamos ao melhor jogador de beisebol não chamado Shohei Ohtani nesta temporada. Apesar do começo de carreira promissor, Ronald Acuña Jr. sofreu com lesões e alguns problemas extra-campo, o que fez com que entrasse nesta temporada com menos expectativa do que o habitual. Em campo, o venezuelano comprovou toda a esperança que se tinha nele ao começo da carreira. Com o fim da primeira parte da temporada, ele lidera de forma incontestável a corrida para o prêmio de jogador mais valioso – com números assustadores e um domínio absoluto rebatendo e percorrendo as bases.
Na atual conjuntura, Acuña está no pace para conseguir a primeira temporada de 40 Home Runs e 60 roubos de base na história da liga. O caminho do jovem venezuelano também aponta para a melhor temporada de um leadoff em toda a história. Dentre os jogadores qualificados, Acuña lidera quase todas as estatísticas em primeira entrada: rebatidas, duplas, corridas e média de rebatidas.
Mookie Betts
A constância na qual Mookie Betts consegue nos entregar coisas fora da curva fez com que estivéssemos acostumados com um padrão tão alto que por vezes nos esquecemos de olhar para o que ele está fazendo. Com votos para MVP em quase todas as temporadas de sua carreira, Mookie é decerto um dos melhores jogadores da geração e vem fazendo a melhor temporada de sua carreira desde a sua histórica temporada de 2018.
No caminho para conseguir a sua primeira temporada com 40 Home Runs, Mookie Betts é a estrela que brilha mais forte na constelação do Los Angeles Dodgers. Além de todo seu poderio explosivo no bastão, Betts demonstrou uma polivalência defensiva invejável ao fazer sua estreia no campo interno nesta temporada. Os seus números no bastão o colocam como postulante ao prêmio de jogador mais valioso ao lado dos outros nomes aqui citados.
Novatos
Corbin Carroll
Selecionado para o jogo das estrelas no seu primeiro ano como titular, não é exagero dizer que Corbin Carroll é um fenômeno. O Outfielder precisou de pouco tempo para se tornar o principal pilar da equipe do Arizona. Se hoje, Arizona consegue brigar pela divisão no topo, Caroll tem um grande papel nisso.
Carroll chegou a assustar os torcedores após uma lesão, mas sua aparição no jogo das estrelas afastou qualquer possibilidade de ser algo mais sério. O jogador é franco favorito a levar o prêmio de calouro do ano para os Dbacks e já tem um contrato de $111 milhões de dólares para chamar de seu – ratificando seu posto de franchise player em Arizona.
Elly De La Cruz
“Elly “la eletricidad” De La Cruz tomou a liga de assalto no último mês. Rápido e explosivo, já rebateu um ciclo, roubou 16 bases e bateu 4 Home Runs – inclusive um na sua estreia pelos Reds. Elly vem se tornando a pedra fundamental do Infield que os Reds buscavam há muito tempo. O impacto dele vai além dos números: ele mudou a forma de jogar do time e atraiu mais fãs ao estádio, tornando toda a atmosfera melhor, tanto do time, quanto do espetáculo.
Elly cobre um espaço vital no time, o buraco na posição de Shortstop vem desde a aposentadoria de Barry Larkin e foi preenchido por ele e por McLain – que vem silenciosamente sendo o melhor jogador de posição do time no ano. Esse revezamento entre os dois calouros é o que vem injetando potência no time que nos últimos 30 dias é o 4º melhor ataque da liga.
Analisando o jogador, os números de Elly, apesar de incríveis, são orgânicos e sustentáveis. Ele tem uma taxa boa de K-BB, apesar de tomar muitos strikeouts, o que é esperado para um jogador tão alto. Seu swing é potente e ele vem espalhando muito bem a bola pelo campo, apesar de ser canhoto. A combinação de potência e velocidade, aliada a uma defesa muito sólida e capacidade de ter alto BAbip o coloca como um jogador 5-tool e (por que não?) uma estrela que vemos aparecer duas ou três vezes no nosso tempo de vida. O Reds promete muito se manter essa joia com eletricidade” – João Oliveira.
Patrick Bailey
Da mesma forma que Elly De La Cruz mudou o patamar dos Reds, Patrick Bailey fez com os Giants. Não é estranho pensar que um bom time começa com um bom catcher atrás do home plate – essa foi a máxima dos Giants na geração mais vencedora de sua história com Buster Posey. Exatamente com o maior catcher da história da franquia que Bailey chegou sendo comparado, com seu framing invejável e capacidade de pegar corredores em base – estatística que lidera a liga desde o dia 19 de maio, quando estreou.
A incerteza na posição assombrava os californianos desde a aposentadoria de Posey. Muitos nomes passaram pela posição, mas nenhum se firmou, incluindo o nome mais aguardado para sucessão, Joey Bart, que por anos foi o principal prospecto da franquia.
Com 24 anos, Bailey estreou na liga tampando o buraco da lesão de Bart e precisou de poucos jogos para tomar a posição em definitivo. Desde que chegou na liga existem poucas coisas a se repreender nele. Com excelente postura defensiva, está acima da média em todas as métricas de catcher, apenas isso bastaria para o colocar como titular no time. Contudo, Bailey ainda impressiona com bons números ofensivos, liderando ainda a estatística de corridas prevenidas.