“Numa meia-noite agreste, quando eu lia, o post, este,
Sobre a equipe de Notre Drame, e seus mascotes ancestrais,
Lembrei de um corvo que surgia, quando aquele jogo eu via
O mascote do Baltimore Ravens, time do Lamar e do Calais.
Poe é o seu nome, e ele traz coisas que eu nunca vi iguais.
É só isto, e nada mais.”
Oi pessoal! Gostaram do meu poema? Semana passada minha amiga Jessie falou sobre a Universidade de Notre Dame, e essa o meu mais novo “tio”, o Mateus, veio me contar de um time que ele gosta, de um escritor que ele gosta, e de um mascote muito legal: o Poe, do Baltimore Ravens.
A cidade de Baltimore
A cidade de Baltimore já teve um time antes, que ganhou alguns campeonatos, o Baltimore Colts. E foi do dia pra noite, literalmente, que o dono do Colts encheu os caminhões com materiais da equipe e se mandou pra Indianapolis, onde hoje temos o Indianapolis Colts, em 1983.
A história da cidade e do times se fundem muito, com Johnny Unitas, ex jogador do Baltimore Colts sendo homenageado até hoje na cidade, embora eles tenham um novo time.
E em 1995, com a expansão da liga, Baltimore teve um time de novo, dessa vez a partir da relocação do Cleveland Browns para Baltimore. Só que o time precisava de um novo nome, já que não iriam usar o nome Browns, e os Colts ainda existiam.
Mas, por que o nome Ravens?
Lembra que falei que a história das cidades e dos times se fundem? Pois bem. Uma das figuras mais emblemáticas da literatura dos EUA é Edgar Allan Poe, um poeta que tinha um estilo meio gótico e de romance obscuro. Poe nasceu em Boston, no estado de Massachusetts, e seu conto mais famoso se chama “O corvo” (aquele que eu fiz uma paródia ali em cima).
Só que Poe viveu, fez boa parte da sua fama, e morreu, em Baltimore. E, apesar de não ter nascido na cidade, ele é considerado como um filho dela, e por isso recebe tantas honrarias de lá.
A influência é tanta, que até hoje há homenagens e influência dele em artistas nos EUA – tipo a banda de screamo Alesana, que fez um álbum inteiro inspirado no conto de Annabel Lee, também de Poe – e no mundo, até mesmo aqui no Brasil com esta bela canção.
E foi a partir dali que tiraram o nome para o time, os corvos de Baltimore, o Baltimore Ravens. Essa fusão da cultura da cidade e do novo nome do time, fez com que eles conseguissem um nome que fosse uma homenagem, um animal astuto, mas que também traz um pouco de medo.
Os mascotes
Desde sua criação, o Baltimore Ravens teve três mascotes: os corvos irmãos Edgar, Allan e Poe. Bom, é meio óbvio a homenagem feita para o escritor. Só que em 2008, os irmãos Edgar e Allen se aposentaram, e, agora, Poe é o único mascote do Baltimore Ravens, mas não deixando a intensidade cair por isso.
Embora a literatura de Edgar Allan Poe seja sombria, seu mascote homônimo não tem nada a ver com isso. Poe é um corvo simpático, que faz sucesso com as crianças devido a suas feições e brincadeiras. Ele é tão querido, que faz passeatas nas cidade e já participou até de uma parada do Ano Novo chinês em Hong Kong.
Recentemente, o Baltimore Ravens, com a ajuda da realidade aumentada fez uma ação muito bacana, e até assustadora. Na abertura do Thursday Night Football contra o New York Jets, o time colocou um corvo gigante sobrevoando o estádio, o que foi uma baita ação. Muita gente considera isso um pioneirismo no uso da realidade aumentada para entretenimento, e não me espantaria se tivesse mais usos assim, não só pelos Ravens. Já um corvo gigante rondando minha casa me espantaria, sim.
“E o corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda
No estado de Maryland, com seus amigos animais.
Sua lembrança é medonha, mas também meio risonha,
Eu já vou-me, sem vergonha, ficar junto dos meus pais.
E a Jessie noutra sexta, com algum mascote que é demais,
Um grande woof e até mais!”
Au! Woof!