Nessa manhã de sábado o Brasil fez sua estréia em mais uma Copa do Mundo de Basquete. Muito simplista falar “mais uma”? Talvez, mas para a história do basquete brasileiro é só mais uma estreia mesmo. Junto de Estados Unidos, o Brasil nunca ficou fora de um mundial e já fomos campeões por duas vezes, em 1959 e 1963. Mas verdade seja dita, a última grande conquista do nosso basquete foi o Pan de 87. No mundial, não sabemos o que é pódio desde 1978.
A vaga para a Copa do Mundo veio no último jogo da classificatória, na vitória contra os Estados Unidos por 83 a 76. Na etapa de preparação para a Copa, o Brasil jogou 5 jogos. Foram 3 vitórias contra Sudão do Sul, Austrália e Venezuela, e duas derrotas, para Itália e Sérvia. Em resumo, o Brasil não chega badalado para o mundial. Seja pela imprensa especializada, seja pelo torcedor brasileiro que já não coloca tanta esperança nessa geração.
Nossa estreia
O grupo do Brasil na Copa do Mundo conta com Irã, Espanha e Costa do Marfim. Antes da estreia, a FIBA colocou o Brasil em 11º no Power Ranking e ouvimos Gui Santos em entrevista para a ESPN dizer que ele que acha que nós somos os favoritos e não a Espanha. O comandante brasileiro, Gustavo de Conti, acha sim que o Brasil pode sonhar alto nesse campeonato mundial. Bem, baseado pelo que foi o primeiro jogo, Gustavinho vai me deixar sonhar.
Nossa estreia foi contra o Irã, em Jacarta (Indonésia), com Yago, Raulzinho, Léo Meindl, Caboclo e Tim Soares como titulares. E podemos falar que nem deu para sentir um nervosismo de estreia. A superioridade que existia no papel foi confirmada em quadra. Ok, só para ser sincero, o nervosismo apareceu em três turnovers logo cedo no jogo. Mas não interferiram em nada. Afinal, engatamos logo um 12 a 4 que forçou o técnico iraniano a pedir tempo.
Em todo o primeiro tempo nossa seleção rodou bem a bola, escolheu muito bem os arremessos e a defesa sufocou o Irã. Final da primeira metade do jogo, 57 a 25 para o Brasil. Dos 12 jogadores brasileiros, apenas três não tinham pontuado ao final do primeiro tempo: Gui Santos, Felício e Georginho. Destaques do primeiro tempo vão para Bruno Caboclo, que iniciou o jogo sendo os pontos do Brasil, e Raulzinho, que foi fundamental ajustando a defesa.
Grande vitória e lesão
Para o segundo tempo o Brasil só precisava voltar do vestiário com o mesmo ímpeto e fechar o jogo. Foi exatamente isso que aconteceu. Voltamos com a mesma postura defensiva e a tranquilidade no ataque. A diferença do placar nunca baixou da casa dos 30 pontos e fechamos o jogo como a segunda seleção na competição a chegar à marca centenária: 100 a 59 para o Brasil. Bruno Caboclo (16 pontos) e Yago (14 pontos) foram os cestinhas da seleção.
Também tivemos Marcelinho Huertas chegando a 100 assistências em Copa do Mundo. No entanto, o destaque do segundo tempo é muito negativo e triste. Em um contra ataque da seleção brasileira, Léo Dias passa a bola para Raulzinho, que escorrega e não levanta mais do chão. O armador brasileiro ficou deitado com a mão no joelho direito, chorando e pelo que vazou de áudio, xingava muito. Raulzinho saiu de quadra de maca e, segundo a informação de Gustavo Hoffman (ESPN), foi levado ao hospital fazer mais exames.
A princípio a lesão abalou fortemente a seleção brasileira, que chegou a diminuir a intensidade no terceiro quarto. Leo Dias foi um dos jogadores que estava visivelmente abalado e chegou a chorar no banco. Após 8 anos, Raulzinho deixou a NBA nessa offseason e foi para o Fenerbahce. Ele vinha buscando mais minutos em quadra para retomar seu ritmo. Embora a lesão aparente ser grave, ainda não temos nenhuma informação. De qualquer forma, ficamos daqui torcendo para que não seja grave e que Raulzinho tenha uma breve recuperação.
O Brasil volta a quadra na segunda-feira (28/08), ainda em Jacarta, contra a Espanha às 10:30. O jogo terá transmissão da ESPN/Star+.