Oi aumigos, “Aqui estou, mais um dia. Sob o olhar…” cantarolou com a voz e tudo né? Tudo bem, começar assim com piada que nem todo mundo vai entender é difícil. Semana passada minha aumiga Baleia veio falar sobre o Blue. Hoje estou euzinha aqui, depois de uma pausa nos treinos para o Irondog (a nossa versão muito mais legal do Ironman Triathlon), para correr junto com vocês sobre as arenas gélidas do hockey. A pedido do meu “pai”, vou contar a história de um mascote igualzinho a mim e a minha aumiga Baleia.
Antes de mais nada, já nos ouviu no zonecast? Está seguindo o tailgate zone nas redes sociais? Sim? Aubrigada aumigo! Não? Antes de iniciar a leitura, corre lá no Instagram, Twitter e Facebook e nos siga! Também já corre no seu aplicativo de podcast e começa a seguir o tailgate zone. Agora bora lá, vamos jogar a bolinha! Digo, falar sobre o Harvey…
Harvey the Hound
Aumigos, estamos aqui para falar sobre o primeiro mascote da National Hockey League! Isso mesmo! E o mais legal é que ele é um cachorro.
Idealizado e conduzido pelo icônico Grant Kelba, nosso querido Harvey fez sua estréia na liga como mascote do Calgary Flames em 1983. Mais tarde, ele também se tornou a grande figura do Calgary Stampeders, time da CFL, a Liga Canadense de Futebol Americano.
Infelizmente em seu primeiro jogo, lá em 16 de fevereiro de 1984, o resultado foi uma derrota dos Flames para o Pittsburgh Penguins, por 10 a 3, no Saddledome (em sua gloriosa arena). Desde então, o Harvey permaneceu como um dos grandes pilares dos Flames. Após a sua estreia, ele foi convidado para participar de diversos eventos em Calgary (Calgary que é uma das cidades de Alberta, no Canadá).
Promotor de eventos
Kelba diz que recebeu mais de 2.000 pedidos por ano para os mais diversos eventos. Mais do que todos os jogadores dos Flames juntos (na época), participou de sete All-Star Games da NHL. Além disso, obteve 96% de aprovação dos detentores de ingressos da temporada nos anos 80. A liga até o mandou para o Japão quando os Flames e o San Jose Sharks abriram a temporada da NHL em Tóquio, em 1998.
Sua popularidade foi tanta, que muitas equipes contataram Kelba sobre fazer mascotes para suas próprias equipes. Fala a verdade aumigo, esse doguinho é demais! Além de idealizar o Harvey, Kelba também possuía todos os direitos vinculados ao personagem, ou seja, era proprietário do Harvey. Em 1996, Kelba finalmente vendeu o Harvey para os Flames. Mas, ainda asism, continuou atuando como Harvey até sua aposentadoria em 1999.
“Pai” de cahorro
Grant Kelba não foi um grande forwarder ou algum importante defenceman. Na verdade, ele nunca jogou na NHL, mas foi através do Harvey, que podemos considerar como seu filho e grande criação, que ele teve seu nome gravado na história do hóquei. Principalmente na forma como a torcida e os jogadores enxergam os mascotes até hoje.
A NHL não considerava que as equipes tivessem mascotes até Kelba bater à porta da gerência dos Flames em 1983. Essa reunião foi conduzida cheia de ceticismo, mas Kelba vendeu a ideia.
“Eu disse a eles que iria aparecer, me apresentar e, se não funcionar depois de um jogo, eles poderiam me dizer que eu estava fora, e eu seguiria em frente.”
O mascote que acabou de “nascer” iria estrear, mas ainda sem nome, e vestindo uma roupa caseira que custou $50 (US). Kelba sugeriu o nome 20 minutos antes do puck-drop no primeiro jogo contra os Penguins, inspirado no agora extinto clube de fãs dos Calgary Centennials da Liga Ocidental (time junior de Calgary), o Hockey Hounds. Após ser anunciado na arena, passada a sua apresentação oficial, Kelba teve seus primeiros feedbacks.
Rejeição inicial, mas…
“Quando o jogo começou, sentei-me nas arquibancadas e um cara se inclinou para mim e disse: ‘Vá para o inferno!'”
Mas por outro lado, houve esperança para continuar, algo que fez com que o vinculo com o Harvey tivesse inicio, partindo das principais figuras do espetáculo, os jogadores.
“Foi realmente incrível o quanto os jogadores me observaram, lembro-me de Mike Vernon (goaltender dos Flames) me dando sugestões sobre como me portar, movimentar e alguns gestos para fazer. Quando voltei ao meu camarim após o jogo, Doug Gilmour (forward dos Flames), Joe Nieuwendyk (forward dos Flames) e alguns outros caras estavam experimentando o traje para ver como era dentro da cabeça.”
Língua afiada
Como todo bom e velho cachorro, o Harvey fazia valer a nossa reputação (minha e da minha aumiga Baleia, claro), aprontava muito, e vez ou outra estava envolvido em encrenca, esse tem a lingua “aufiada”, em todos os sentidos.
O nossa querido aumigo Harvey ganhou ainda mais popularidade em 20 de janeiro de 2003, após um incidente com o técnico da Edmonton Oilers, Craig MacTavish. Os Flames estavam liderando por 4-0, no Saddledome, e Harvey estava provocando os Oilers atrás do banco.
Os jogadores dos Oilers estavam respondendo as provocações e o treinador já extremamente frustrado, estendeu a mão e arrancou a língua vermelha de Harvey, jogando-a na multidão. Esse foi o combustível para os Oilers, que marcaram três gols em sequência, embora os Flames tenham assegurado a vitória por 4 a 3.
Durante o pós-jogo, o treinador MacTavish fez um comentário sobre o incidente.
“Quando tiramos a língua da boca dele, começamos a mudar um pouco as coisas. E se tivéssemos marcado o último gol para empatar a partida? Eu estava procurando por Harvey the Hound.”
O incidente virou breaknews em todos os meios de comunicação, e gerou diversas piadas, incluindo o fato de muitos outros mascotes de equipes da NHL chegarem ao All-Star Game de 2003 com suas línguas para fora.
Treta na TV
Além disso, a língua desse serelepe pimpão, também teve uma disputa de longa data com Gary Green da emissora TSN , que começou no final dos anos 80, durante uma transmissão da partida contra o rival Winnipeg Jets. Sempre que Green trabalhava em um jogo no Saddledome, Harvey exibia uma placa que zombava da emissora de alguma forma, provocando uma resposta de Green, que por muitas vezes evitava o confronto, equivalente a roubar a meia dos humanos e fugir como se não houvesse amanhã.
Uma grande dupla
Grant Kelba e Harvey, vestiram o vermelho e o laranja por 15 anos, inclusive durante a única vitória da equipe na Stanley Cup em 1989. Mas muito além de ser a cara da franquia de Calgary, Grant Kelba revolucionou, deixou um legado para todas as equipes, deu vida e direção para essas figuras emblemáticas.
Au! Woof!